As defesas do ex-senador e atual presidente do MDB, Romero Jucá, e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado de manifestaram sobre a denúncia contra os dois no âmbito da Lava Jato. O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná denunciou ambos pelo envolvimento em esquema de corrupção mantido na subsidiária da Petrobras.
"A Defesa do ex-Senador Romero Jucá vem a público consignar a absoluta falta de cuidado técnico por parte do MP na recente Denúncia apresentada. O Ministério Público Federal tem a ousadia de apresentar o Sr. Sérgio Machado como sendo uma pessoa que falava em nome do ex-Senador Jucá. Ora, o Sr. Sérgio Machado já deu provas nos últimos tempos que sua palavra não tem nenhuma credibilidade, sendo que houve até um pedido pela perda dos benefícios de sua delação por entender a autoridade policial que ele não dizia a verdade em seus depoimentos", disse a assessoria do ex-senador em nota.
"Acreditar, a esta altura, que o Sr. Sergio Machado falava em nome do ex-Senador Romero Jucá só pode ser imputado a esta sanha punitiva que tem desmoralizado o trabalho da Operação Lava Jato nos últimos tempos. Ademais afirmar que a contrapartida para a corrupção foi a indicação deste Senhor para o cargo de presidente da Transpetro é, mais uma vez, a clara tentativa de criminalizar a política.
"Sem deixar de consignar que, mesmo aceitando o raciocínio do MP, que é não verdadeiro, em respeito à decisão recente do Supremo esta Denúncia teria que ter sido oferecida junto à Justiça Eleitoral pois se trata de imputações referentes a questões eleitorais, doações de campanha. A Defesa se reserva o direito de fazer os questionamentos técnicos no processo reiterando a absoluta confiança no Poder Judiciário e lamentando, mais uma vez, a ânsia abusiva de poder por parte do Ministério Público."
Advogados do ex-presidente da Transpetro também se manifestaram. "A defesa de Sérgio Machado, representada pelo advogado Antonio Sérgio Pitombo, destaca que esta é mais uma ação penal decorrente do processo de colaboração de seu cliente e demonstra mais uma vez a robustez das provas fornecidas pelo acordo de colaboração de Sergio Machado, que continua colaborando de forma efetiva com a PGR e o Ministério Público."
Segundo a denúncia, Jucá recebeu pagamentos ilícitos de pelo menos R$ 1 milhão em 2010 em razão de quatro contratos e sete aditivos celebrados entre a Galvão Engenharia e a Transpetro.
De acordo com a força-tarefa, a Galvão Engenharia - em razão de contratos e aditivos mantidos na Transpetro e "com o objetivo de continuar recebendo convites para participar das licitações da estatal" - efetuava o pagamento de propinas de 5% do valor de todos os contratos com a subsidiária da Petrobras "a integrantes do MDB que compunham o núcleo de sustentação de Sérgio Machado", então presidente da estatal.
A reportagem está tentando contato com representantes da Transpetro e da Galvão Engenharia. O espaço está aberto para as manifestações de defesa..