O relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), deve apresentar nesta quinta-feira (13/6) à Comissão Especial o parecer sobre a matéria. Moreira continua se encontrando com líderes partidários e membros da equipe econômica do governo para chegar a um texto que possa ser aprovado na Câmara ainda neste semestre.
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Crise provocada por Moro e Dallagnol pode travar reforma da PrevidênciaOnyx demonstra otimismo sobre votação da Reforma da PrevidênciaPor Previdência, Guedes ouve a 'velha política'Ao vivo: Relatório da reforma da Previdência é lido em comissão especialRelator apresenta parecer da reforma da Previdência na Comissão Especial da CâmaraAs concessões podem reduzir em mais de R$ 400 bilhões a economia de R$ 1,2 trilhão em 10 anos, estimado na proposta original do governo.
O líder do Podemos na Câmara, José Nelto (GO) não espera uma economia maior do que R$ 800 bilhões no período. Deputados do Centrão, como PL, PP, DEM e PRB, têm calculado o resultado final entre R$ 600 bilhões e R$ 700 bilhões, o que consideram “bastante razoável”, como classificou um líder.
Os parlamentares contam como certa a retirada dos pontos que alteram o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria rural, e esperam alguma mudança nas regras para pensão por morte e aposentadoria especial de professores.
Caso o relator retire todas as menções aos trabalhadores do campo, os ganhos serão diminuídos em R$ 92,4 bilhões em 10 anos. Somados à alteração do BPC, responsável por R$ 34,8 bilhões, o governo abriria mão de R$ 127,2 bilhões na próxima década.
Também seria possível perder outros R$ 12 bilhões com a retirada de todas as mudanças previstas para professores, mas a possibilidade de excluir a categoria já foi negada por Moreira.
A proposta do governo de limitar o abono salarial a trabalhadores que ganham até um salário mínimo (R$ 998) também é controversa. Se Moreira aceitar alguma das emendas para ignorar o assunto, serão menos de R$ 169,4 bilhões.
Hoje, trabalhadores que ganham até dois salários mínimos (R$ 1.996) recebem o benefício. O relator estuda a possibilidade de que a regra passe a valer para quem ganha até R$ 1.397,20 ou R$ 1.596,80, o que cortaria os ganhos quase pela metade.
Ainda deve haver alterações na regra de transição dos servidores. A depender do tamanho da mudança, a perda pode ultrapassar R$ 100 bilhões.
Uma das ideias é incluir um pedágio de 100% sobre o tempo que falta para a aposentadoria, para garantir benefício integral e a paridade com os funcionários da ativa, sem precisar completar 65 ou 62 anos — idades mínimas exigidas de homens e mulheres, respectivamente.
Polêmica
A maior controvérsia em relação ao serviço público ainda é quanto à manutenção dos estados e municípios na PEC, o que significa que as novas regras valeriam para todas as esferas de governo. O assunto divide os deputados. Paulinho da Força (Solidariedade-SP) diz que isso não vai ajudar a aprovação da reforma.