Depois de ficar seis meses sob o comando dos administradores da gestão petista, a Copasa passa a ter no mês que vem o engenheiro Carlos Eduardo Tavares de Castro como presidente. O nome dele foi indicado nessa semana pelo acionista controlador, que é o Governo de Minas, para compor o conselho de administração e faz parte da proposta oficializada para votação na assembleia geral extraordinária marcada para 1º de julho.
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Venda da Cemig, Copasa e demissões: a pressão sobre ZemaTesouro impõe a Zema privatizar Cemig, Copasa, demitir e congelar salários para ajudar MGEx-presidente da Copasa durante a crise hídrica deve reassumir a empresaCarlos Eduardo Tavares de Castro é o novo diretor-presidente da CopasaIndicado pelo governo Zema, técnico ligado ao MDB é o novo presidente da CopasaNa campanha eleitoral do ano passado, o futuro presidente da Copasa fez duas doações de R$ 15 mil para o ex-prefeito de Juiz de Fora Bruno Siqueira, somando R$ 30 mil. Ele foi o único contemplado com a ajuda financeira de Carlos Tavares, que é primo da mulher do político.
Depois de renunciar ao cargo de chefe do Executivo da cidade, o candidato do MDB teve 26,5 mil votos mas acabou derrotado na campanha que fez por uma vaga de deputado estadual.
Questionado pela reportagem sobre a ida para a presidência da Copasa, Carlos Tavares disse que só se pronunciaria sobre o assunto depois da reunião do conselho.
“Meu nome está indicado para o conselho, qualquer assunto diferente disso só vou falar após a reunião de 1º de julho”, disse. Questionado sobre as relações políticas, Carlos Tavares disse que foi convidado por sua atuação no setor.
Ele também afirmou que o fato de ter doado dinheiro para a campanha de Bruno Siqueira não quer dizer que ele tenha trabalhado com Marcelo Siqueira.
Antes de Carlos Tavares, o governo de Minas chegou a indicar o nome de Ricardo Simões para compor o grupo, apontado como futuro presidente. Responsável pela empresa quando Minas Gerais viveu uma crise hídrica, ele teve o nome vetado pelo atual conselho administrativo.
Na ocasião, a presidente do grupo, Flávia Mourão, disse que o veto não seria ao nome, mas ao formato da escolha, já que seria necessário trocar todos os conselheiros para eleger o próximo presidente da companhia.
Carlos era diretor da empresa Saneamento Ambiental Águas do Brasil (SAAB) desde janeiro de 2012 e deixou o cargo em 6 de junho deste ano, quatro dias antes de o governo de Minas mandar uma adição à proposta de reunião da Copasa incluindo a indicação do seu nome para o conselho administrativo. Na mesma data, ele deixou a diretoria da Águas Agulhas Negras, controlada pela primeira SAAB).
“Segundo a Nota Jurídica da Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais, o indicado preenche os requisitos legais e não incorre em nenhuma das hipóteses de vedação para a ocupação do cargo de membro do Conselho de Administração da Companhia”, informou o governo na proposta.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) informa que o Governo de Minas Gerais, como acionista controlador da Copasa, indicou cinco nomes para o Conselho de Administração da empresa.
Os nomes para os cargos de diretores ainda não foram divulgados. A indicação e eleição seguirá os trâmites da legislação.