O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que o "ímpeto" de seu filho Carlos foi contido e que "há mais de dois meses" não há influência dele nas "mídias digitais". Vereador pelo PSL no Rio de Janeiro, Carlos cuidava das contas de Bolsonaro nas redes sociais durante a campanha e seguiu administrando a comunicação do pai após a posse como presidente.
"Uma palavra nossa mexe com a Bolsa, com a vida das pessoas, com a relação internacional. Ele entende isso aí", afirmou nesta sexta o presidente durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. O jornal O Estado de S. Paulo foi um dos convidados.
Segundo Bolsonaro, Carlos tem "feeling", mas nem sempre está correto. Ele afirmou que escuta o filho, mas "não segue tudo o que ele diz".
"Tenho três filhos que converso. Os outros são novos. Carlos é o filho que dou atenção especial, não nego", disse o presidente. "Ele levantou alguns problemas e eu disse a ele que é preciso dar um tempo ao dar o cartão vermelho (a alguém). Para não ter dúvidas, é preciso deixar a pessoa se enrolar", afirmou o presidente da República, sem especificar quais problemas foram identificados pelo filho e quando o episódio ocorreu.
Carlos teve desentendimentos públicos com o ex-ministro Gustavo Bebianno, que acabou demitido da Secretaria-geral da Presidência. Também chegou a usar as redes sociais para criticar o ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido na quinta-feira por Bolsonaro da Secretaria de Governo.
O presidente negou, porém, que Carlos tenha tido influência na demissão do general. "Nada a ver. Há quanto tempo meu filho está sem tuitar?", disse.
Bolsonaro afirmou que as opiniões do ideólogo Olavo de Carvalho também não pesaram para a saída do general do cargo. Como Carlos, Olavo desferiu ataques a Santos Cruz nas redes sociais.
O presidente disse que esteve neste ano apenas duas vezes com o professor, que mora nos Estados Unidos.
Segundo ele, Olavo "teve seu papel lá atrás" e que acolhe as boas ideias de "qualquer um".
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