O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, usou 20 dos 30 minutos disponibilizados pela presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB/MS), para fazer uma exposição inicial, antes de ser sabatinado pelo senadores.
Ele reafirmou que não há ilegalidades nas informações vazadas pelo site Interecept Brasil, revelando supostas conversas entre o então juiz da da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, no Paraná, e o coordenador da força-tarefa, procurador Deltan Dallagnol.
Moro disse ainda aos senadores da CCJ que os responsáveis pelo site ''não tiveram a dignidade'' de ouvi-lo antes de divulgarem as informações.
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"A divulgação está repleta de sensacionalismo", afirmou o ministro aos senadores, afirmando ainda que não ''reconhece a autenticidade'' das informações. "Mas do texto que li, não vi nenhuma irregularidade", afirmou, acrescentando que deixou de usar em 2017 o aplicativo Telegram -, de onde supostamente as informações foram vazadas.
Moro também destacou que aguarda a conclusão das investigações da Polícia Federal e que entregou o seu celular à corporação - segundo ele, alvo de hackers no dia 4 de junho, seis dias antes da divulgação do vazamento divulgado pelo site Interecept Brasil.
Organização criminosa
Moro também acusou os responsáveis pela invasão de celulares de atuarem como um "grupo criminoso estruturado". Conforme o ministro, os hackers invadiram celulares de procuradores, juízes e jornalistas. "Tive informações que até parlamentares houve (invasão de celular)", disse.
Conluio
O ministro também negou que tenha havido conluio ou convergência com investigadores enquanto era juiz da Lava-Jato.
Para se defender da acusação de que houve conluio, Moro apresentou dados sobre as ações e sentenças da Lava-Jato.
Por exemplo, citou que houve 45 sentenças judiciais e que o Ministério Público recorreu de 44, além de que 91 dos 298 pedidos de prisão foram indeferidos. "Se falou muito em conluio. Os dados são um indicativo de que não há convergência absoluta entre ministério Público e juízo ou entre polícia e juízo".
Moro começou sua fala inicial declarando que não tem "nada a esconder". .