O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta quarta-feira (19) que o site The Intercept Brasil tem de apresentar para exame e verificação o conteúdo de mensagens vazadas, caso queira que os elementos sejam utilizados "para punição dos envolvidos" por supostos "graves desvios éticos".
Leia Mais
'Não tenho essas mensagens para afirmar se conteúdo é autêntico ou não', diz MoroMoro chama vazamentos de ''sensacionalismo'' em fala à CCJ do Senado; assistaTebet diz que Moro não está na CCJ na condição de testemunha ou investigadoQuestionado sobre liberação de conteúdo do celular, Moro se esquivaMoro sugeriu que o site entregue o conteúdo das mensagens para serem verificadas por uma autoridade independente, como o Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro ouve e responde a perguntas de senadores da comissão. A declaração foi dada em resposta ao senador Weverton Rocha (PDT-MA), que, entre outros questionamentos, perguntou se Moro entende que provas obtidas ilegalmente podem servir para condenar alguém.
Ao responder, o ministro da Justiça também reforçou que não lembra de mensagens enviadas nem "um mês atrás". "Querem que eu lembre de mensagens que mandei há dois anos", disse, voltando a afirmar que as mensagens vazadas podem ter sido parcial ou totalmente adulteradas. Moro também destacou que, do que foi veiculado pelo site, "tirando o gritante sensacionalismo", não há demonstração de ilicitude.
O ex-juiz da Lava-Jato ainda reforçou o ponto de que a troca de mensagens é uma prática corriqueira no âmbito do Judiciário, explicando ser "normal" que depois de proferida uma decisão haja uma discussão sobre "questão de logística".
Convite
Moro também afirmou que, quando sentenciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não tinha "o menor contato" com o presidente Jair Bolsonaro. Ele ressaltou ainda que a condenação do petista foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Moro foi questionado sobre a possibilidade de a decisão que condenou o ex-presidente Lula ter interferido no cenário eleitoral de 2018, e também se aceitou o convite para ser ministro com a promessa de assumir uma cadeira no STF.
O ministro respondeu que aceitou um cargo no governo por visualizar uma "oportunidade para consolidar os avanços" no combate à corrupção. "Sobre o convite, eu fui convidado pouco antes do segundo turno, convidado não, sondado, pelo ministro Guedes, falei isso publicamente". Ele reforçou que não conhecia Bolsonaro até então, a não ser por um episódio em que cumprimentou o então deputado federal em um aeroporto..