Deputados de oposição reagiram mal ao cancelamento da ida do ministro da Justiça, Sergio Moro, à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. A presença do ministro era esperada na quarta-feira, 26, mas foi cancelada pelo ex-juiz. O motivo é uma viagem de Moro aos Estados Unidos, onde faz visitas a órgãos de segurança e inteligência americanos.
Pelo Twitter, congressistas de oposição criticaram o cancelamento e defenderam que Moro seja convocado. "Moro resolveu ir aos EUA na mesma semana em que viria à Câmara. Se o convite não serviu, vamos convocá-lo", tuitou Túlio Gadêlha (PDT-CE).
A deputada Áurea Carolina (PSOL-MG) relembrou que "o requerimento de convocação foi transformado em convite porque Moro havia garantido vir", argumentando que a audiência com deputados aconteceria na sequência da que ocorreu semana passada com senadores. Isso também foi relembrado por Maria do Rosário (PT-RS), para quem "o fato de ter comparecido ao Senado só agrava sua situação vista como medo e/ou desconsideração".
Presidente da CCJ da Câmara e integrante da bancada do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Felipe Francischini (PSL-PR) também se pronunciou sobre o caso via Twitter, e foi pela linha de poupar o Moro de um eventual desgaste com parlamentares.
"Sobre o caso de o ministro Sergio Moro ir à CCJ, meu posicionamento pessoal é de que não se faz necessário neste momento. No entanto, se os membros decidirem, respeitarei."
Apesar de ceder à oposição e concordar com uma ida de Moro à CCJ, Francischini esclareceu que a visita do ministro não ocorreria sob convocação. "Moro nunca se recusou a ir, então iria como convidado e não como convocado", tuitou.