Durante uma audiência na tarde desta terça-feira (25/6) na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, o jornalista Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil, comentou sobre a publicação das mensagens entre Moro e Deltan Dallagnol, procurador da Lava-Jato.
O jornalista disse ainda que, quando Sérgio Moro foi chamado a se explicar sobre o conteúdo das mensagens era como 'se ele tivesse uma espécie de doença na memória'. "Ele não reconhece nada do que ele fez. Mas reconheceu que fez a sugestão para Dallagnol. Ele admitiu que essas aspas eram autênticas. Isso mostra que Sergio Moro não às vezes quebrou o código de ética, em episódios isolados, mas mandava no que deveria ser feito".
Greenwald disse que Moro tenta 'ameaçar, intimidar e criminalizar' o trabalho jornalístico realizado. "Ele tem nos chamando de aliados de hackers, dizendo que temos envolvimento no crime para pegar os documentos. Está tentando nos ameaçar. Se eu tivesse o mínimo de envolvimento acham que eu ficaria aqui? Poderia sair do país a qualquer momento e publicar de outro país. Mas estou aqui. Eu sei, Moro também, que ele está mentindo.
Ele deve parar com essa tática contra a liberdade de imprensa, essa tática não vai funcionar a não ser estragar a imagem do país internacionalmente. O material vai continuar sendo reportado e não há nada que Moro faça. Essa reportagem é fundamental para enfraquecer a corrupção", destacou.
A transmissão da audiência foi retirada do ar pela TV Câmara e está sendo transmitida apenas pelo Youtube. A decisão foi da Secom da Casa.
Sergio Moro também tinha visita agendada à Câmara para a quarta-feira, mas adiou por causa de uma viagem aos Estados Unidos. Na semana passada, Moro foi à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde respondeu a perguntas por quase nove horas.