O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, voltou nesta sexta-feira, 28, a reagir, durante condecoração no Palácio dos Bandeirantes, à divulgação de supostas mensagens com integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato. Ele recebeu a medalha Ordem do Ipiranga do governador João Doria (PSDB).
"Nas últimas três semanas, uma historia longa, conhecida, tenho sofrido vários ataques, achei que a Operação Lava-Jato tivesse ficado para trás, estamos em uma nova fase. Mas há um certo revanchismo que às vezes reaparece", disse Moro.
O ex-juiz da Operação Lava-Jato voltou a dizer que as mensagens "não têm demonstração de autenticidade".
"O que eu mais tenho ouvido das pessoas é que elas cumprimentam e o que eu mais ouvi é: não desista. Eu posso assegurar, não vamos desistir. Aceitei a missão que foi dada pelo presidente Bolsonaro, saí da magistratura, não foi uma decisão fácil. Foram 20 anos de magistratura deixados para trás com todos os benefícios da carreira. E é um caminho sem volta", diz Moro.
Diálogos atribuídos a procuradores e ao ex-juiz da Lava-Jato no Telegram foram divulgados pelo site The Intercept Brasil. As mensagens indicam supostos "ajustes" de fases da operação Lava Jato.
O ministro e ex-juiz voltou a afirmar que as "invasões criminosas" de celulares estão sendo investigadas. "A Polícia Federal deve chegar aos responsáveis", disse.
O ministro agradeceu também o apoio que diz estar recebendo do presidente Jair Bolsonaro. "Desde o início deste falso escândalo, a meu ver, presidente tem prestado apoio", disse.
Ao agradecer a esposa Rosângela, presente no evento, ele disse que ela o tem apoiado, principalmente nos últimos cinco anos. "(Este período) Não tem sido muito fácil", afirmou, arrancando risos da plateia, composta por secretários, apoiadores do ex-juiz e convidados especiais do governador paulista, João Doria (PSDB). "A operação Lava Jato foi alvo de ataques morais, baseados às vezes em incompreensões."
O ex-juiz ainda destacou a Operação Lava-Jato como uma "vitória das instituições" e classificou como "caminho sem volta" a entrada na vida política, ao assumir o Ministério da Justiça.
"O plano é consolidar os avanços contra a corrupção. Avançar no enfrentamento do crime organizado e combater o crime violento".
"Não podemos mais afirmar que essa impunidade é regra. Temos que avançar muito. Existe sempre a sombra do retrocesso. Precisamos ter uma vontade institucional de avançar. Permanecer parado ou retroceder é fácil. Essa foi uma vitória das instituições e da democracia", afirmou.