O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira, 28, que "não tem nenhuma dúvida" de que houve um "ataque criminoso" às comunicações do ex-juiz da Operação Lava-Jato Sergio Moro e ao coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná, Deltan Dallagnol.
"Certamente ocorreu ataque criminoso", disse o ministro. "Certamente, não tem nenhuma dúvida."
Desde 9 de junho estão sendo divulgados pelo site The Intercept diálogos atribuídos a Moro, a Deltan e seus colegas da força-tarefa da Lava-Jato. O site afirma que recebeu o material de "fonte anônima".
As mensagens indicam suposto "ajuste" entre magistrado e Procuradoria no âmbito da execução de fases da Lava-Jato.
O teor das supostas conversas entre Moro e Deltan abriu caminho para a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ir ao Supremo com pedido de suspeição do ex-juiz. Nesta semana, a Corte, por 3 votos a 2, manteve o petista na prisão da Lava-Jato - Lula cumpre pena na ação do triplex do Guarujá desde abril de 2018.
Nesta quinta-feira, 27, o corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira, decretou o arquivamento de representação disciplinar contra Deltan.
O corregedor destruiu a tese de "conluio" entre magistrado e procurador e anotou que não há nada de ilícito nas conversas. Ressaltou que os diálogos são "prova estéril".
Nesta sexta-feira, indagado se o conteúdo dos diálogos atribuídos a Moro e a Deltan não deve ser levado em conta, o ministro Barroso disse. "Estou no momento prévio do ataque criminoso. Eu sou juiz, juiz fala ao final da apuração, não no início."