Jornal Estado de Minas

Manifestantes se reúnem na capital em ato de apoio ao ministro Sergio Moro


Apoiadores do ministro da Justiça, Sergio Moro, se reuniram na Praça da Liberdade, Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de BH, na manhã deste domingo, 30.

O protesto ocorre três semanas depois da divulgação de reportagens pelo site The Intercept Brasil, que questionam a imparcialidade do ex-juiz responsável pela operação Lava-Jato. O material traz o vazamento de mensagens trocadas pelo ex-juiz com procuradores da força-tarefa da Lava-Jato.

Vestidos com as cores da bandeira do Brasil, manifestantes defendem o ex-magistrado, a Lava-Jato e pautas do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), como a reforma da Previdência no modelo proposto pelo minsitro da Economia, Paulo Guedes, e o chamado pacote anticrime de Moro, que propõe medidas contra a corrupção e o crime organizado.

"Foram prometidos vazamentos comprovando atividade criminosa por parte do Moro, mas até agora não vimos nada que mostre que ele tenha influenciado a operação ou a eleição", afirma o coordenador do Movimento Brasil Livre em BH, Ivan Gunther, com o boné "In Moro, we trust" (na tradução: em Moro, nós acreditamos) e camisa a favor da Lava-Jato e com o rosto do ministro de Bolsonaro.

A expectativa dos organizadores era reunir entre 10 e 15 mil pessoas na Praça da Liberdade. Polítios do PSL estavam presentes. Apesar de cheio, o protesto contou com menos pessoas em relação aos atos contra o PT, organizados pelos mesmos grupos.

Com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso e a ex-presidente Dilma Rousseff sem ocupar cargo público, os alvos da vez dos manifestantes são o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

"O Maia e o Alcolumbre estão emperrando as pautas, junto com o STF. O governo quer fazer alguma coisa e não consegue", afirma a auxiliar de recursos humanos Jusmari Amorim, de 60 anos. Ela carregava uma faixa contra os dois parlamentares.

A esteticista Suzana Franco, de 45, pede concurso público ou mandato para ministros do STF. "O STF defende mais os bandidos do que a população de bem. Usam esse poder a favor de quem os coloca lá", diz.

Os atos foram convocados após o vazamento das mensagens entre Moro e procuradores da força-tarefa da Lava-Jato.
As mensagens sugerem que Moro alterou as estratégias da acusação. Além do The Intercept Brasil, publicações como a Folha de S. Paulo, também analisam o material obtido pelo site.

Em toda a Praça, estavam à venda camisas, bonés, canecas e adesivos com o rosto do ministro Sergio Moro e frases em apoio a ele. No carro de som, um dos manifestantes atribuía a Moro o enfrentamento à corrupção no país. Os participantes também exaltavam o fato de terem eleito Jair Bolsonaro.

“Ele é a favor dos honestos. É um sozinho que está lutando contra os que estão no poder.
Apoio Moro integralmente, ele teve a coragem de enfrentar a corrupção”, afirma a aposentada Joventina Batista, de 64 anos. As manifestações deste domingo são organizadas pelos Movimentos Vem pra Rua, Brasil Livre e Nas Ruas. Em Minas, participam também o Direita Minas. Organizadores preveem concentrações em 203 cidades do Brasil..