O ministro Sérgio Moro é ouvido mais uma vez na tarde desta terça-feira na Câmara dos Deputados sobre o conteúdo de troca de mensagens entre ele, quando era juiz da 13ª Vara Federal, em Curitiba, e o coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dellagnol. Aos parlamentares ele voltou a recitar o mantra que nega o conteúdo e dizer o texto pode ter siso adulterado. No entanto, Moro avançou nas críticas ao dizer que a divulgação do conteúdo é “tentativa criminosa”.
Desde o início do mês de junho o site The Intercept Brasil vem divulgando conteúdo de conversas do então juiz Sérgio Moro com integrantes da Lava-Jato, sugerindo que houve interferência na condução dos trabalhos da força-tarefa.
Na audiência de hoje, Moro negou que tenha qualquer dificuldade de relacionamento com Supremo Tribunal Federal (STF) e ressaltou, como da outra vez, que os trabalhos da Lava-Jato é marco no combate à corrupção. “Não posso assegurar confiabilidade (das mensagens) porque pode ter algum material adulterado. Sempre agi com ética e é inegável o fato que a Lava-jato mudou o padrão de impunidade no Brasil”, afirmou.
O ministro deveria ter comparecido à Câmara no último dia 26 para dar esses esclarecimentos, mas cancelou a audiência porque estava nos Estados Unidos, o que revoltou o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Helder Salomão (PT-ES).
Desde o início da manhã, deputados fizeram fila para se inscrever e falar na reunião com Moro. Pela ordem dos trabalhos, o ministro tem uma fala inicial de 20 minutos. Depois disso, os autores do convite terão 5 minutos cada para falar e os demais deputados terão 3 minutos. Cada bloco de perguntas será formado por grupo de quatro deputados. Moro responde em 7 minutos. Mais de 60 deputados já se inscreveram. (Com Agência Câmara)