O depoimento do ministro da Justiça, Sérgio Moro, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara chegou ao fim por volta de 21h50 desta terça-feira (2/7), após um bate-boca generalizado. Foram mais de oito horas de sessão em que a oposição acusava Moro de fugir das perguntas e os governistas afirmavam que a esquerda repetia os mesmos questionamentos. No fim, o deputado Glauber Braga (PSol-RJ) chamou o ministro de ladrão em sua fala, o que provocou uma reação extrema por parte dos adversários. O bate-boca chegou à mesa diretora e Moro deixou o local.
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'Tem contas no exterior?', pergunta Gleisi a Moro, que diz: 'Isso é maluquice'Deputado presenteia Moro com 'troféu da Champions League'Base e oposição se enfrentam em audiência da CCJ com MoroMoro rebate Veja e repudia divulgação 'distorcida e sensacionalista'Faustão orientou Moro e procuradores da Lava-Jato sobre comunicação, diz revista'Parabéns pela decisão PR', diz Moro no Twitter a Bolsonaro sobre convocação de concursados“E ao final do jogo viciado, a família desse juiz comemora nas redes sociais a vitória do time que foi vencedor a partir dessas manobras. Se não fosse suficiente, alguns meses depois o juiz muda de função e vai para a diretoria do time que ele ajudou a vencer a disputa. Senhor Sérgio, a história não absolverá o senhor. Da história o senhor não pode se esconder. E estará nos livros de história como um juiz que se comrrompeu, como um juiz ladrão. É isso que vai estar nos livros de história. (..) é o que senhor é, um juiz que se corrompeu e, apesar dos gritos, um juiz ladrão”, encerrou o parlamentar do PSol.
A presidente da Sessão, deputada Professora Marcivânia, (PCdoB-AP), ainda tentou dar continuidade. Governistas reclamaram do tom do parlamentar do PSol e Marcivânia defendeu que ele tinha o direito de se expressar e não usou palavra de baixo calão. Nesse momento, a discussão já começava a inflamar. O deputado Delegado Éder Mauro (PSD-BA) levantou e começou a discutir a centímetros do rosto de Braga e o bate-boca se generalizou.
O ministro deixou o plenário e deputados de variados partidos protestavam, ou para encerrar, ou para dar continuidade. Professora Marcivânia insistia que os deputados sentassem e afirmou que retiraria das notas taquigráficas as ofensas à Moro. A oposição começou a gritar “fujão” para o ex-juiz, e os governistas respondiam com gritos de “ladrão”.
Em seguida, governistas acusaram a presidente de encerrar a sessão. Outros pediam respeito e que saíssem da frente da mesa. A deputada Professora Marcivânia afirmou que a sessão estava encerrada. Depois, voltou atrás, mas, regimentalmente, não era mais possível. O ministro também não retornou e, em pouco tempo, o plenário da CCJ se esvaziou.
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