O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro pediu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) que receba sua denúncia contra o sargento reformado do Exército Antônio Waneir Pinheiro de Lima, conhecido como Camarão, acusado de cometer sequestro, cárcere privado e estupro de Inês Etienne Romeu na "Casa da Morte", localizada em Petrópolis, na região serrana do Rio, durante a ditadura militar (1964-1985).
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Comissão aprova perseguição política como causa de mortes de vítimas na ditadura'Setor privado não investe em ditaduras', afirma Maia'É um fato inegável', diz Gilmar Mendes sobre ditadura militarDefesa de sargento da FAB preso na Espanha pede ao Supremo acesso a inquéritoEm manifestação ao TRF-2, o MPF se opôs ao entendimento da Justiça Federal em Petrópolis de que a conduta foi alcançada pela Lei da Anistia (Lei 6.683/1979) e que a possibilidade de punir o militar se extinguiu, pois os crimes estariam prescritos desde 1983.
Ao recorrer contra essa decisão, o MPF contestou o alcance da Lei de Anistia, pois os crimes cometidos foram de lesa-humanidade, segundo o Estatuto de Roma (ratificado pelo Brasil), o que os tornou imprescritíveis e não sujeitos a qualquer anistia. Para o MPF, a palavra da vítima deveria ser considerada, ainda mais em crime sexual como o estupro.
O MPF teve o recurso retido na Justiça Federal em Petrópolis, que não o enviava ao TRF-2, mesmo após pedidos reiterados, sob a alegação de que documentos emitidos no exterior e incluídos nos autos deveriam ser traduzidos para a língua portuguesa. Em manifestação ao TRF-2 sobre a retenção do processo em Petrópolis, o MPF assinalou que apenas trechos curtos estavam em outro idioma e que, ainda assim, isso não impediria o envio do recurso aos desembargadores.
Defesa
A reportagem tenta contato com a defesa de Antônio Waneir Pinheiro de Lima. O espaço está aberto para manifestações..