O presidente Jair Bolsonaro decidiu escolher o advogado Carlos Velloso Filho para a vaga de ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo apurou o Estadão/Broadcast. A nomeação deve ser publicada na edição desta sexta-feira, 5, do "Diário Oficial da União".
Na última segunda-feira, 1, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, entregou pessoalmente a lista tríplice a Bolsonaro. Conforme antecipou o Estadão/Broadcast, Velloso Filho era considerado o favorito para a vaga. Ele é filho do ex-presidente do STF Carlos Velloso.
A nomeação de Carlos Velloso Filho ocorre em meio à controvérsia com a lista tríplice do TSE, encabeçada pela advogada Daniela Teixeira, que já defendeu publicamente a condenação de Jair Bolsonaro no caso em que ele é réu por incitação ao crime de estupro.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, ironizou na semana passada o nome de Daniela.
O nome de Daniela foi chancelado por 10 ministros do STF, que aprovaram a lista tríplice em votação secreta ocorrida na semana passada. Completam a lista os advogados Marçal Justen Filho, 9 votos, e Carlos Mário Velloso Filho, 8 votos.
Durante sessão da Câmara dos Deputados em setembro de 2016 sobre violência contra mulheres e a cultura do estupro, Daniela disse que "a violência no Brasil contra a mulher tem nome, ela é violência familiar, acontece dentro de casa ou dentro do ambiente de trabalho. Enquanto esses agressores não forem punidos, a violência não vai diminuir".
"E eles devem ser punidos, sejam eles quem for, seja o marido da vítima, seja o coronel que está abusando de uma criança de dois anos, seja o promotor que está abusando de uma vítima durante uma audiência ou seja um deputado que é réu, sim, numa ação já recebida no STF. É o senhor, deputado Jair Bolsonaro, réu", afirmou a advogada. Bolsonaro acompanhou a sessão e ouviu a mensagem dela.
Outro lado
Procurada pela reportagem logo depois da aprovação da lista tríplice, a advogada minimizou o episódio e disse que é normal que haja "exaltação" dentro do Parlamento durante os debates políticos.
"Não fiz vídeo nenhum pedindo a condenação de ninguém.