Na terça-feira (10), um dia antes da votação da reforma da Previdência, o governo empenhou R$ 1,1 bilhão em emendas parlamentares ao Orçamento da União. Apesar do volume elevado, foi apenas um capítulo da liberação de verbas orçamentárias desde que a proposta de reforma foi apresentada na Câmara, em fevereiro. De acordo com dados da ONG Contas Abertas, desde março, o Executivo empenhou R$ 4,3 bilhões em emendas. Somente nos primeiros cinco dias de julho, foram R$ 2,55 bilhões.
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Maioria da bancada mineira apoiou reforma da Previdência; veja como votou cada deputadoZema vai à Brasília acompanhar votação da reforma da PrevidênciaApós anunciar aprovação do texto-base da Previdência, Maia é aplaudido e choraCâmara aprova regras especiais de aposentadoria de policiais da UniãoReforma da Previdência: Deputados 'rebeldes' que traíram na hora de votarCâmara tem que votar 16 destaques para encerrar 1º turno da reforma da PrevidênciaCâmara vota hoje destaques que podem mudar texto-base da reforma da Previdência“A Emenda Constitucional nº86/2015 tornou as emendas parlamentares individuais impositivas, portanto independe da vontade do presidente a sua liberação. Outros recursos previstos no orçamento, havendo disponibilidade, também são liberados para obras em estados ou municípios”, disse.
Bolsonaro questionou o comportamento de outros governos e afrmou que o Poder Legislativo tem consciência de suas obrigações.
Para a oposição, trata-se da velha prática de “toma lá da cá” onde o Executivo agrada os parlamentares em troca de avanço de pautas de seu interesse no Legislativo. O cientista político Paulo Calmon, da Universidade de Brasília (UnB), destaca que a prática não é ilegal. “O processo orçamentário brasileiro é repleto de idiossincrasias e há uma série de normas e práticas que favorece a realização dessas transações”, afirmou. “O toma lá dá cá tem longa trajetória na política brasileira e foi adotado em várias votações importantes no passado recente.”
No entanto, o professor afirma que prática esbarra em valores éticos, em decorrência do uso de verba pública para moldar o processo legislativo. “Do ponto de vista ético, a prática é questionável”, disse.
A maior fatia das emendas, quando o valor é dividido por partidos, ficou com o MDB, que, até agora, ficou com R$ 205 milhões. Neste recorte, fica claro que o governo privilegiou aliados.