O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, avalia que a intenção do presidente Jair Bolsonaro de indicar um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), como novo embaixador dos Estados Unidos causou polêmica e poderia ter sido comunicada na próxima semana, após a votação em primeiro turno da Reforma da Previdência no plenário da Câmara.
"Deu polêmica, reconheço, saiu na imprensa. Agora vamos aguardar. Poderia ter anunciado na semana que vem? Talvez, durante o recesso parlamentar", disse o ministro durante café da manhã com jornalistas, nesta sexta-feira, 12, no Palácio do Planalto.
Ramos afirmou que a declaração do presidente "deu margem" para que oposicionistas usassem a possível indicação de Eduardo durante o processo de votações dos destaques da reforma, que entrou pela madrugada e ainda não foi concluído. "Eu assisti até de madrugada a votação na GloboNews e na TV Câmara e citaram a nomeação. Deu margem para o pessoal falar", considerou.
Apesar da avaliação, Ramos disse que o presidente Jair Bolsonaro "tem esses momentos", lembrando da promessa não cumprida de transferir a Embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém. "O presidente tem esses momentos. Ele não disse da embaixada em Jerusalém? Deu a maior confusão. E ela (a embaixada) está onde hoje? Em Tel Aviv", declarou Ramos.
O ministro afirmou que soube da possível indicação pela imprensa e que não faz juízo de valor sobre o assunto. Também defendeu que o presidente tem direito de manifestar esse tipo de intenção e que a eventual decisão "não contraria a lei", pois já houve outras indicações políticas. "Não tenho juízo de valor para dizer se concordo ou discordo. Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos. Se for confirmado, Eduardo é um jovem preparado e de valor."