Jornal Estado de Minas

Dilma Rousseff se despede da mãe em BH; corpo será cremado

Dilma deixou o local caminhando pela avenida Afonso Pena por volta das 12h30 - Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) veio a Belo Horizonte, na manhã deste domingo (14), para se despedir da mãe, Dilma Jane Coimbra da Silva, que morreu no sábado em casa.



Em cerimônia discreta e sem a presença de lideranças nacionais do PT e de outros partidos, a pedido da família, o corpo foi velado durante toda a manhã em uma casa funerária na Região Centro Sul da capital. Depois seguiu para ser cremado em um cemitério de Contagem.

Dilma chegou sozinha por volta das 10 h para participar da cerimônia e foi cumprimentada por alguns militantes do PT que aguardavam na entrada. Ela estava em Londres quando soube da morte e voltou imediatamente ao Brasil.

Minutos antes da chegada da petista, a amiga de Dilma e ex-ministra da Secretaria de Política para Mulheres, Eleonora Menicucci, pediu ao grupo para evitar abordar a ex- presidente, mas ela recebeu as manifestações de solidariedade e liberou a entrada dos simpatizantes.

A ex-presidente não quis falar com a imprensa.

Pimentel e aliados


O ex- governador Fernando Pimentel (PT), que foi companheiro de Dilma no período estudantil e na época da ditadura, compareceu ao velório mas também não quis falar. “Vamos respeitar o luto dela”, disse o político que está afastado da cena política desde que perdeu eleição do ano passado já no primeiro turno.

O presidente do PT em Belo Horizonte, vereador Arnaldo Godoy disse ter comparecido como amigo de Dilma. "A mãe dela estava muito fragilizada desde a campanha ao Senado. Viemos não como presidente do PT, como amigo, mostrar nosso carinho e afeto pela mulher que ela é", afirmou.

Além dele, poucos políticos foram ao local.

Entre eles a ex-deputada federal Jô Moraes (PCdoB), o deputado federal Reginaldo Lopes e o estadual Virgílio Guimarães.

Vários, no entanto, manifestaram pêsames pelas redes sociais. Segundo Arnaldo Godoy, a ex-presidente Dilma disse à presidente do PT nacional Gleisi Hoffman, ao candidato derrotado do PT à Presidência Fernando Haddad e a outras figuras da política nacional que não precisavam comparecer à despedida de sua mãe.


O deputado federal Rogério Correia (PT), um dos poucos que foram dar o abraço pessoalmente, destacou o papel de Dilma e da mãe. " Viemos trazer nossa solidariedade. A presidente sempre teve na mãe uma voz muito firme em defesa dos mais pobres", disse.

O irmão de Dilma, Igor Rousseff, e a filha dela Paula, além de vários familiares, participaram da cerimônia de velório, que teve uma missa de corpo presente antes do encaminhamento para a cremação.

Cerimônia reservada

Ao contrário do que ocorreu quando o ex-presidente do PT e da Petrobras José Eduardo Dutra em outubro de 2015 foi velado no mesmo local, a ex-presidente entrou e saiu pela frente, na Avenida Afonso Pena. Na ocasião, alguns manifestantes foram protestar contra o ex-presidente Lula e ela.



No velório da mãe de Dilma, a orientação foi para tentar fazer com que a cerimônia fosse o mais reservada possível, ao estilo da petista, e evitando a presença das lideranças, já que Dilma Jane não era política.

Dilma Jane morreu nesse sábado (13) em sua casa na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, aos 95 anos. A causa da morte não foi divulgada, mas ela enfrentava problemas de saúde há alguns anos e chegou a ter uma isquemia cerebral.
Velório - Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press
A mãe da ex- presidente Dilma nasceu em 1924 e foi casada com o imigrante búlgaro Pedro Rousseff. Além de Dilma, ela deixa o filho Igor. A outra filha, Zana Lúcia, morreu aos 26 anos, em 1976.

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