O ritmo das articulações aumentou nos diretórios municipais dos partidos em Belo Horizonte nas últimas semanas. A um ano das convenções partidárias – quando serão oficializados os nomes para a disputa à prefeitura da capital mineira – lideranças se movimentam em busca de espaço e começam a surgir concorrentes para a eleição de 2020.
O prefeito Alexandre Kalil, que deixou o PHS e assumiu no mês passado o comando do PSD, tenta consolidar o apoio de legendas que fazem parte do governo.
O deputado João Vitor Xavier, novo presidente do Cidadania, aumentou o tom das críticas à prefeitura. No Partido Novo, do governador Romeu Zema, o processo seletivo está aberto até outubro para análise de candidatos.
No campo da esquerda, o nome mais citado é o da deputada Áurea Carolina, do Psol, enquanto na direita, o PSL estuda o lançar candidatura própria para surfar na onda que elegeu o presidente Jair Bolsonaro.
O prefeito Alexandre Kalil, que deixou o PHS e assumiu no mês passado o comando do PSD, tenta consolidar o apoio de legendas que fazem parte do governo.
O deputado João Vitor Xavier, novo presidente do Cidadania, aumentou o tom das críticas à prefeitura. No Partido Novo, do governador Romeu Zema, o processo seletivo está aberto até outubro para análise de candidatos.
No campo da esquerda, o nome mais citado é o da deputada Áurea Carolina, do Psol, enquanto na direita, o PSL estuda o lançar candidatura própria para surfar na onda que elegeu o presidente Jair Bolsonaro.
Convenções
Na segunda quinzena de julho de 2020, as convenções partidárias definirão os nomes dos candidatos a prefeito e a vereador para a campanha que começa no início de agosto. Apenas se houver alguma mudança na legislação até outubro o calendário eleitoral poderá sofrer alterações. Por enquanto, o Congresso não discute mudanças nas regras eleitorais, embora já haja expectativa de aumento do valor do fundo eleitoral.
O parecer da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020 apresentado pelo relator, deputado Cacá Leão (PP-BA), à Comissão Mista de Orçamento do Congresso prevê R$ 2 bilhões a mais, na comparação com as eleições de 2018, ou seja, mais que o dobro. Devem ser destinados R$ 3,7 bilhões ao fundo eleitoral. No ano passado, 35 partidos receberam R$ 1,7 bilhão.
Outra novidade do próximo ano será o fim das coligações partidárias para eleições proporcionais, ou seja, os partidos deverão lançar suas próprias chapas de candidatos a vereador, sem alianças com outras legendas. Para cargos majoritários, como prefeitos, as coligações continuam permitidas.
Se por um lado o prefeito Kalil é nome certo nas urnas ano que vem, a vaga de candidato a vice-prefeito em sua chapa está indefinida. O atual vice-prefeito Paulo Lamac (Rede) deixou a Secretaria de Governo (cargo que acumulava desde 2017) após desentendimentos com o prefeito sobre apoio a candidatos a deputados estaduais na eleição passada – Kalil apoiou Iran Barbosa (MDB), que não foi eleito, enquanto Lamac apoiou a deputada Ana Paula Siqueira (Rede). No mês passado, o vice-prefeito foi oficializado como coordenador do núcleo político do governo, num movimento de reaproximação com o chefe do Executivo.
Um dos nomes cotados por parlamentares e lideranças políticas para disputar a eleição como vice-prefeito na chapa de Kalil é o do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) Adalclever Lopes (MDB).
O emedebista disputou o governo de Minas em 2018 e teve apenas 2,7% dos votos, mas, desde fevereiro, ocupa o cargo de consultor para relações institucionais na PBH. Adalclever recebeu convite do PRB para mudar de partido, mas as conversas não avançaram.
O emedebista disputou o governo de Minas em 2018 e teve apenas 2,7% dos votos, mas, desde fevereiro, ocupa o cargo de consultor para relações institucionais na PBH. Adalclever recebeu convite do PRB para mudar de partido, mas as conversas não avançaram.
“O ex-presidente da Assembleia é um nome forte, com experiência política e seria ótimo se ele viesse para o PRB. Dependerá dele a decisão. Mas as conversas ainda estão acontecendo e teremos tempo para isso”, conta o deputado estadual Mauro Tramonte (PRB).
O parlamentar, mais votado em 2018, é outro nome cotado para disputar a prefeitura em 2020. No mês passado, ao mudar seu domicílio eleitoral para a capital mineira, aumentaram as especulações sobre sua candidatura, mas ele explicou que a decisão foi motivada por BH ter sido a cidade em que obteve o maior número de votos.
O parlamentar, mais votado em 2018, é outro nome cotado para disputar a prefeitura em 2020. No mês passado, ao mudar seu domicílio eleitoral para a capital mineira, aumentaram as especulações sobre sua candidatura, mas ele explicou que a decisão foi motivada por BH ter sido a cidade em que obteve o maior número de votos.
O deputado ressalta que a gestão de Kalil é bem avaliada pela população da cidade o que tornaria uma disputa com o prefeito difícil, mas que “tudo pode acontecer em se tratando de política”. “Pode ser que o PRB tenha a intenção de lançar um candidato próprio, ainda será definido. Hoje não me vejo nesse patamar, mas estou à disposição do partido. Somos guerreiros e estamos à disposição dos generais”, afirma Tramonte.
“Cidade suja e malcuidada”
O deputado João Vitor Xavier assumiu neste mês a presidência do Cidadania (antigo PPS) e subiu o tom das críticas à atual gestão municipal. O parlamentar intensificou as conversas com grupos políticos em busca de apoio para consolidar uma chapa de oposição a Kalil em 2020. Entre as legendas próximas a João Vitor estão o Democratas e o Patriotas.
“Ninguém é candidato de si mesmo, é preciso construir com as pessoas e com a sociedade. O sentimento é de que BH merece mais do que tem hoje. A gente entende que merece uma administração mais moderna, mais próxima das pessoas, que se preocupe mais com coisas básicas, como a zeladoria da cidade, que está suja e malcuidada. Tivemos a maior crise de dengue da história de Belo Horizonte. Temos muitas coisas par melhorar”, afirmou João Vitor.
Deputados do PSL consideram difícil apoiar a reeleição de Kalil e estudam lançar candidatura própria em 2020. A legenda, que ganhou força em 2018 com a eleição de Jair Bolsonaro e se tornou a segunda maior bancada do Congresso Nacional, espera contar com a força obtida na última eleição para vencer disputas municipais. Nomes de deputados mineiros do PSL, no entanto, ainda estão sendo avaliados e até agora nenhum deles se lançou como possível concorrente à PBH.
Frente de esquerda
No campo da esquerda, as legendas estudam a criação de uma aliança para a disputa da prefeitura. A deputada federal Áurea Carolina, do Psol, é apontada por lideranças partidárias como opção para defender bandeiras progressistas, mas algumas legendas, como o PT e o PCdoB, ainda avaliam a possibilidade de lançar candidatura própria.
“Temos conversado muito com vários movimentos sociais. Uma discussão programática, que avalie propostas para a cidade, voltadas principalmente para a área social. Avaliamos uma composição da esquerda, mas também temos nomes fortes, como os deputados Rogério Correia, André Quintão e Beatriz Cerqueira, além da ex-secretária de Educação Macaé Evaristo”, diz o vereador Pedro Patrus (PT). O petista avalia que Kalil tem acertado em algumas áreas, mas que erra no trato com servidores municipais e em projetos de privatizações, como a venda de lotes e de mercados municipais.
Novo e PSDB
O Partido Novo, que chegou ao governo de Minas em surpreendente vitória de Romeu Zema em 2018, definiu que terá candidato próprio à PBH e faz processo seletivo até outubro para candidatos. “Já temos pessoas participando do processo de seleção para possível candidatura a prefeito, mas os nomes não serão revelados nessa fase”, explica o vereador Mateus Simões. Cotado para que se lance na disputa, Simões afirmou que considera seu trabalho mais útil no Legislativo e que não faz parte de seus planos concorrer ao Executivo.
A participação de Zema nas articulações para a eleição municipal ainda é indefinida. O governador esteve na semana passada em evento do partido para discutir com lideranças políticas da legenda as chapas de 2020. “O foco está no governo e fazer Minas dar certo”, afirma o deputado estadual Guilherme da Cunha, vice-líder do governo na Assembleia.
O PSDB também se movimentou nas últimas semanas e, em reunião da Executiva estadual confirmou decisão da direção municipal de ter candidatura própria em BH. A legenda ainda não decidiu quem vai concorrer, mas estão cotados a atual secretária-adjunta de estado de Planejamento e Gestão Luísa Barreto e o deputado federal Eduardo Barbosa.
O PSDB também se movimentou nas últimas semanas e, em reunião da Executiva estadual confirmou decisão da direção municipal de ter candidatura própria em BH. A legenda ainda não decidiu quem vai concorrer, mas estão cotados a atual secretária-adjunta de estado de Planejamento e Gestão Luísa Barreto e o deputado federal Eduardo Barbosa.