Santa Fé – O ministro da Economia, Paulo Guedes, elogiou a possibilidade de que o Senado crie uma proposta de emenda à Constituição (PEC) separada para incluir estados e municípios na legislação da nova Previdência. A reinclusão dos entes federados nas novas regras das aposentadorias ajudaria o país. Em entrevista a jornalistas em Santa Fé, Argentina, onde ocorre a reunião de cúpula do Mercosul, ele elogiou a ideia de reinserir as prefeituras e os governos estaduais na reforma por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) paralela.
Reafirmando que a inclusão dos servidores públicos estaduais e municipais resultaria numa economia adicional de R$ 350 bilhões, Guedes não quis comentar mais detalhes sobre o texto aprovado em primeiro turno pela Câmara dos Deputados. Ele, no entanto, se disse confiante nos esforços do Congresso, tanto para aprovar a reforma da Previdência como para reincluir os governos locais.
“Vamos esperar o trabalho do Congresso porque eu confio no Congresso. Ainda tem segundo turno (na Câmara), tem Senado. Está se falando que Senado vai incluir estados e municípios. São mais R$ 350 bilhões. Isso é importante para o Brasil, ajuda bastante. Então tem muita coisa para acontecer”, declarou o ministro, na primeira manifestação pública após a votação na Câmara.
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O ministro não quis comentar a intenção do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de encaminhar uma nova PEC ao longo do segundo semestre para reinserir a capitalização, sistema em que cada trabalhador tem uma conta individual de previdência. Ele, no entanto, defendeu a proposta, dizendo que ela ajudará o país a retomar o crescimento.
“Essas reformas são importantes. Em relação à Previdência, o que temos dito é que o sistema de repartição (em que os trabalhadores na ativa financiam as atuais aposentadorias) está condenado. Então, gostaríamos de mudar o eixo para um sistema de capitalização, que bota o Brasil pra crescer. O Brasil pode crescer 4%, 5% ao ano se tiver um mecanismo automático de acumulação de recursos”, declarou.
"Quimioterapia"
Já o presidente Jair Bolsonaro voltou a se referir ao tratamento usado em casos de câncer para falar sobre ajustes que têm de ser feitos na economia brasileira. Durante a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, na cidade de Santa Fé, na Argentina, ele afirmou que a reforma da Previdência é uma “quimioterapia” necessária para o país. Complementou que interessa aos países da América do Sul e do Mercosul que a economia brasileira esteja bem, e, reiterou, a reforma é necessária para isso.
“Sabemos que para a América do Sul como um todo é bom que o Brasil vá bem. Assim como é bom para nós também que outros países estejam bem”, disse, completando: “Apesar de a reforma ser quase como uma quimioterapia, é necessária para o corpo sobreviver”. Na segunda-feira, durante evento na Câmara dos Deputados, Bolsonaro já havia dito que o Brasil precisa de uma quimioterapia.