O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que vai transferir a sede da Agência Nacional do Cinema (Ancine) do Rio de Janeiro para Brasília. Segundo ele, o governo estuda transformar a Ancine em uma secretaria vinculada a algum ministério.
Segundo Bolsonaro, o governo fará um filtro sobre as produções audiovisuais. “Vai ter um filtro, sim, já que é um órgão federal. Se não puder ter filtro, nós extinguiremos a Ancine, privatizaremos ou extinguiremos. Não pode é dinheiro público ser usado para filme pornográfico.”
O presidente defendeu a produção de filmes sobre heróis brasileiros. “Temos tantos heróis no Brasil e a gente não fala desses heróis. Não toca no assunto. Temos que perpetuar, fazer valer, dar valor a essas pessoas que no passado deram sua vida, se empenharam para que o Brasil fosse independente lá atrás, fosse democrático, e sonhasse com um futuro que pertence a todos nós.”
Decreto assinado ontem (18) determinou a transferência do Conselho Superior do Cinema do Ministério da Cidadania para a estrutura da Casa Civil da Presidência da República. Ao justificar a medida, em entrevista à imprensa, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, argumentou que o conselho já esteve na Casa Civil e que é preciso acompanhar melhor o retorno dos investimentos públicos no cinema.
Caminhoneiros
Sobre uma possível nova paralisação dos caminhoneiros por causa da tabela do frete, Bolsonaro disse que é um direito de todos fazer greve. “Os caminhoneiros são uma classe importantíssima para o Brasil”, acrescentou.
O presidente disse esperar que a categoria não faça paralisação e destacou que o governo está fazendo “o possível” para atender às reivindicações dos caminhoneiros “Isso atrapalha e muito a economia. Reconhecemos a dificuldade da carreira. Estamos prontos para continuar conversando.”
Fome
Bolsonaro foi perguntado sobre uma declaração dada mais cedo em café da manhã a jornalistas de veículos estrangeiros sobre a fome no país. “Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira. Passa-se mal. Não [se] come bem”, disse o presidente no café da manhã.
Na entrevista dada no Ministério da Cidadania, Bolsonaro reafirmou que o brasileiro come mal. “Alguns passam fome”, disse. “É um país que a gente não sabe por que uma pequena parte passa fome e outros passam mal ainda.”