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Estado de Minas

Líderes partidários fazem acordo para reforma da Previdência

Apesar da sequência de declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro, acordo no Congresso é para, após recesso parlamentar, dar sequência à aprovação das novas regras para aposentadoria


postado em 23/07/2019 09:49 / atualizado em 23/07/2019 10:22

Para Tadeu Alencar, Bolsonaro dificulta a relação com o Legislativo, mas não ao ponto de atrapalhar a tramitação da Previdência no Senado (foto: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)
Para Tadeu Alencar, Bolsonaro dificulta a relação com o Legislativo, mas não ao ponto de atrapalhar a tramitação da Previdência no Senado (foto: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)

As últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro causaram turbulência no mundo político, mesmo no recesso do Legislativo, conhecido por ser um período de calmaria em Brasília.

Na Câmara, há um acordo entre os parlamentares, costurado pelos líderes partidários, para que as reformas sejam tocadas de maneira independente do Executivo.

No entanto, os posicionamentos do chefe do Executivo têm estremecido o plano dos congressistas. Líderes de legendas criticaram comentários de Jair Bolsonaro, principalmente no que se refere aos governadores do Nordeste.

No PSD, parlamentares falam em uma resposta ao chefe do Executivo—que viria por meio das votações relacionadas aos projetos de interesse do governo. Pelo menos cinco deputados da sigla, eleitos por estados nordestinos e que votaram a favor das mudanças previdenciárias, avaliam sua posição.

O deputado Tadeu Alencar (PSD-PE) afirmou que Bolsonaro está tornando mais difícil as relações entre o Executivo e o Legislativo. “Eu acho que já não surpreendem as declarações infelizes do presidente, que ratifica o comportamento inadequado de um chefe de Estado. Isso dificulta e tensiona, desnecessariamente, o cenário político. Torna mais rarefeito o clima com uma região populosa. É algo muito grave e é claro que isso tem repercussões na relação com o Congresso e governadores”, disse

O parlamentar declarou, no entanto, que não vislumbra mudança de posições em relação à reforma da Previdência. “Não acredito que causará virada de votos. É claro que não se pode tirar a competência dos senadores em relação a mudanças no texto, mas já temos um cenário de aprovação”, completou.

Essa também é a opinião do líder do PSD, deputado André de Paula (PSD-PE).  “A reforma foi fruto de uma construção ao longo de meses. Eu não vejo nenhum risco à aprovação no segundo turno. O grau de amadurecimento da casa já é grande”, avalia. No entanto, ele acredita que a relação com o Legislativo pode piorar com as declarações polêmicas.

“Acho que isso não ajuda e não harmoniza, porque dificulta muito o trabalho. Só o fato do governo não ter uma base própria já é um elemento dificultador. A relação precisa ser preservada por quatro anos, e ela é remexida a cada declaração desconcertada”, opina.

Para o líder do PC do B na Câmara dos Deputados, Daniel Almeida (BA), a postura é incompatível com o cargo de presidente da República. “Para mim, funciona até como uma cortina de fumaça para que problemas mais sérios não ganhem visibilidade. Enquanto ele faz esse discurso fora do padrão, totalmente inconveniente, o governo tem tomado medidas na área de liberação de agrotóxicos, na cultura, e etc”, diz.

O deputado José Nelto, líder do Podemos, criticou a declaração sobre os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o desmatamento na Amazônia.


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