O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 25, que irá "buscar a extinção" da Agência Nacional do Cinema após ter sido informado que um filme sobre a sua trajetória até a Presidência tinha apoio do órgão para captar recursos.
"Depois deste anúncio de fazer filme com dinheiro público sobre a minha pessoa, a Ancine ganhou mais um FO+, né? O Fato Observado Positivo: vamos buscar a extinção da Ancine. Não tem nada que o poder público tenha que se meter em fazer filme. Que tenha uma empresa de fazer filme privada sem problema nenhum, mas o Estado vai deixar de financiar isso aí", disse durante a transmissão semanal que realiza em sua página do Facebook.
O presidente tem criticado a agência desde a semana passada, quando anunciou a mudança da diretoria do Rio de Janeiro para Brasília, mas disse hoje não ter poder para interferir nos cargos, que são eletivos e cumprem mandato. Na ocasião, ele usou como exemplo de desperdício de dinheiro público o filme "Bruna Surfistinha".
"Critiquei, mas já foi gasto o dinheiro, está feito e não temos como voltar atrás ao que tudo indica ali. Mas hoje foi anunciado e olha só como é que funciona a tal da Ancine, né, uma liberação de R$ 530 mil para fazer filme comigo. Olha como os caras são legais, bonzinhos", disse.
Bolsonaro também repetiu que seu intuito ao promover mudanças na agência não é censurar as produções cinematográficas, mas disse novamente também que não se pode admitir o uso de dinheiro público para "este tipo de filme ou filme de político, como o meu".
"Talvez uma pessoa até bem intencionada queira fazê-lo com dinheiro público. Mas isso é inconcebível, não podemos concordar. Não tem filme com a Bruna Surfistinha nem com Jair Bolsonaro. O dinheiro público não é pra isso, não", disse.