O Procurador da República Deltan Dallagnol recebeu por uma palestra R$ 33 mi de uma firma do setor de tecnologia, a Neoway, que é citada em um acordo de delação premiada feito coma força-tarefa da Operação Lava-Jato.
A informação é do jornal Folha de S.Paulo e do site The Intercept Brasil, publicados nesta sexta-feira, com base em supostas mensagens trocadas entre Dellagnol, outros procuradores e o ex-ministro Sérgio Moro.
A Neoway, que contratou Dellagnol, foi mencionada pela primeira em um chat de conversas envolvendo o próprio Dellagnol e outros procuradores, em 2016, dois anos da palestra proferida pelo coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, no Paraná.
Ainda de acordo com as apurações da Folha de S.Paulo e The Intercept Brasil, Dellagnol também aproximou a Neoway de procuradores para que produtos da empresa pudessem ser usados em um trabalho da força-tarefa.
Além disso, Dellagnol gravou um vídeo fazendo propaganda das ferramentas tecnológicas desenvolvidas pela Neoway.
Conforme a Folha de S.Paulo, Dellagnol negou qualquer ilícito em sua conduta, afirmando que não sabia, quando aceitou fazer a palestra e gravar o vídeo, que a empresa estava envolvendo em acordo de delação premiada na Lava-Jato.