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Estado de Minas POLÍTICA

PT pede à PGR denúncia contra Moro por suposto acesso a inquérito dos hackers

Partido acusa ministro da Justiça de violação de sigilo funcional e supressão de documento, e pede uma denúncia da PGR para abertura de uma ação penal contra ele


postado em 26/07/2019 15:26 / atualizado em 26/07/2019 16:19

(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou nesta sexta-feira, 25, à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia de crime contra o ministro da Justiça, Sergio Moro. O partido afirma que o ministro teria cometido crimes ao "acessar" o inquérito da Polícia Federal sobre a atuação dos hackers que atacaram celulares de autoridades brasileiras.

O PT acusa Moro de violação de sigilo funcional e supressão de documento, e pede uma denúncia da PGR para abertura de uma ação penal contra o ministro. O pedido cita que, se condenado, Moro poderia ser sancionado com multa, detenção por dez dias a seis meses e perda do cargo e inabilitação para o exercício de qualquer função pública por até três anos.

O PT diz ser "espantoso" que Moro tenha acesso ao inquérito sigiloso. "Os dados (do inquérito) apenas são de acesso às partes envolvidas no processo, o que exclui por absoluto o noticiado (Moro) que, apesar de ocupar o cargo de ministro, não possui a prerrogativa de ter acesso privilegiado a informações processuais", diz o partido no documento.

O pedido cita notícias da imprensa e publicações do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e da Polícia Federal. Na quinta-feira, 25, o STJ publicou no Twitter uma nota informando que o presidente da instituição, João Otávio de Noronha, confirma o recebimento de uma ligação de Moro "informando que o seu nome aparece na lista das autoridades hackeadas".

Para o PT, Moro divulgou informações sigilosas e ultrapassou o limite das competências do cargo que ocupa. O partido também acusa o ministro de supressão de documento em função de Moro defender que conteúdo obtido ilegalmente não tem utilidade jurídica.

Moro tuitou sobre o suposto acesso ao inquérito nesta sexta-feira. Em resposta ao UOL, que publicou uma notícia a respeito do tema, ele escreveu: "As centenas de vítimas do hackeamento ilegal têm o direito de saber que foram vítimas. Só estão sendo comunicadas. Não tenho lista, só estou comunicando alguns."


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