O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o jornalista Glenn Greenwald e disse que ele "cometeu um crime" no caso da divulgação de mensagens atribuídas ao ministro da Justiça, Sergio Moro, e outras autoridades.
"No meu entender, ele Glenn cometeu um crime. Em qualquer outro país, ele estaria já em uma outra situação. Espere que a Polícia Federal chegue realmente, ligue os pontos todos", disse Bolsonaro nesta segunda-feira.
Em depoimento, Walter Delgatti Neto afirmou que repassou conversas da Lava-Jato ao editor do The Intercept de forma não remunerada. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, colocou dúvidas nessa versão.
"No meu entender, isso teve transações pecuniárias. A intenção aí é sempre atingir a Lava-Jato, atingir o Sergio Moro, a minha pessoa, tentar desqualificar e desgastar. invasão de telefone é crime, ponto final", afirmou.
"Não pode se escudar 'sou jornalista'. Jornalista tem que fazer seu trabalho. Preservar o sigilo da fonte, tudo bem. Agora, uma origem criminosa o cara vai preservar, o crime invadindo a República, desgastando o nome do Brasil lá fora", disse Bolsonaro.
O artigo 5º da Constituição Federal estabelece que "é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional".
Liberdade de expressão
No final de semana, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) criticou em seus canais nas redes sociais a declaração do presidente que levantou a possibilidade de uma prisão de Greenwald.
"Ao ameaçar de prisão um jornalista que publica informações que o desagradam, o presidente Bolsonaro promove e instiga graves agressões à liberdade de expressão. Sem jornalismo livre, as outras liberdades também morrerão. Chega de perseguição", escreveu a Abraji na postagem.