No filme “Que bom te ver viva”, de 1989, a professora universitária e militante política Rosalina Santa Cruz conta a experiência dela após a perda
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Rosalina afirma ainda que o desaparecimento do irmão foi “a invenção mais terrível da repressão” e diz que foi pior do que as torturas que sofrera durante o regime. “É uma morte que a gente não tem o corpo, não tem o sentimento, sempre havia esperança de vida”, relata.
O assassinato de Fernando Santa Cruz voltou à discussão pública nessa segunda-feira, quando o presidente Jair Bolsonaro (PSL) atacou o atual presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, ao afirmar que “ele não vai querer ouvir a verdade" sobre a morte do pai.
Depois, em transmissão ao vivo no Facebook, o chefe do Executivo tentou diminuir a declaração e disse que militares não foram responsáveis pelo assassinato de Fernando Santa Cruz, mas “grupos de esquerda”.
Apesar disso, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, vinculada ao governo, reconheceu que o estudante faleceu "em razão de morte não natural, violenta, causada pelo Estado Brasileiro".
Em resposta às declarações do presidente, o advogado Felipe Santa Cruz, que tinha dois anos quando o pai morreu, afirmou que “o mandatário da República deixa patente seu desconhecimento sobre a diferença entre público e privado” e que o chefe do Executivo demonstrou “mais uma vez traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia”.
O presidente nacional da OAB também defendeu o pai, disse que ele era estudante de Direito, parte da juventude católica de Pernambuco e funcionário público. Ainda, Felipe classificou a declaração de Bolsonaro como um deboche “do assassinato de um jovem aos 26 anos”. .