O prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) afirmou na manhã desta terça-feira (30) que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deveria priorizar outros assuntos, em vez de falar “bobajada” sobre o período da ditadura militar.
A fala foi em resposta a questionamento sobre a declaração do capitão reformado dessa segunda-feira (29), quando Bolsonaro disse ao presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, poderia contar como o pai dele, desaparecido durante a ditadura militar, foi morto.
“Queria que o presidente estivesse falando de aumentar o repasse do SUS (Sistema Único de Saúde), da parte social, que não escutei uma palavra ainda, porque bobajada de 1964 eu tinha 5 anos e não me interessa”, afirmou Kalil.
O ataque do presidente ao dirigente da OAB rendeu várias manifestações de repúdio e Bolsonaro será acionado no Supremo Tribunal Federal por Santa Cruz para dar explicações e dizer qual o paradeiro do seu pai.
Felipe Santa Cruz é filho de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, integrante do grupo Ação Popular (AP), organização contrária ao regime militar (1964-1985). Ele foi preso pelo governo em 1974 e nunca mais foi visto. Em 2012, no livro "Memórias de uma guerra suja", o ex-delegado do Dops Cláudio Guerra disse que o corpo dele foi incinerado no forno de uma usina de açúcar em Campos (RJ).