O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu mostrar postura diferente à do presidente Jair Bolsonaro em relação ao caso The Intercept e defendeu nesta terça-feira (30), em vídeo, o jornalista Glenn Greenwald. O vídeo foi feito para o ato em solidariedade a Greenwald e ao The Intercept BR realizado pela Associação Brasileira de Imprensa.
Obrigado @RodrigoMaia. Como eu disse varias vezes: uma imprensa livre não tem ideologia. É democracia x autoritarismo. https://t.co/fVuS2MfVU8
%u2014 Glenn Greenwald (@ggreenwald) July 30, 2019
No material, Maia distingue a publicação das informações obtidas pelo site e a invasão de aplicativos e celulares.
Confira o texto do vídeo na íntegra:
“Nas últimas semanas, mas principalmente nos últimos dias, passamos a viver uma grande polêmica depois da prisão do tal hacker. Sobre a questão dos dados: de quem é a responsabilidade? Tem uma questão que é a base desse debate, que é o sigilo da fonte. No país, no nosso Brasil democrático, no nosso estado democrático de direito, o sigilo da fonte é um direito constitucional. A partir daí, nós temos que discutir, de fato, um hacker que pegou de forma ilegal, ilícita, criminosa, dados de terceiros. [Ele] precisa ser punido. Investigado, descoberto, e aí sim, punido.
Por outro lado, um agente público que vaza informações sigilosas que estão sob o seu comando também comete um crime. Todos os dois, que passam informações para a sociedade, para que nós tenhamos mais transparência, como muitos defenderam nos últimos cinco anos, todos os dois estão cometendo atos ilícitos. Um agente público com uma informação sigilosa entregou [a informação] a um meio de comunicação.
Esse meio de comunicação deu divulgação. Ele está protegido pelo sigilo, que é um direito democrático no nosso país. Um hacker, um criminoso, pegou, extraiu informações de um cidadão. Passou para a sua fonte [veículo de mídia]. Ela pegou essas informações e jogou na sociedade. Então, o sigilo da fonte é um direito democrático. Não é a favor do Glenn, mas é a favor da nossa liberdade de expressão."