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Estado de Minas POLÍTICA

Presidente da OAB aciona STF para Bolsonaro explicar morte do pai dele

Felipe Santa Cruz ainda pede na ação que Jair Bolsonaro esclareça se tem efetivamente conhecimento das circunstâncias, locais, fatos e nomes das pessoas que causaram o desaparecimento


postado em 31/07/2019 16:13 / atualizado em 31/07/2019 16:43

(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, protocolou na tarde desta quarta-feira uma ação pedindo que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) explique as declarações que deu a imprensa em que afirma que sabe como Fernando Santa Cruz, pai de Felipe, morreu durante o período da ditadura militar. Na segunda-feira, para atacar o presidente da OAB, Bolsonaro disse que poderia contar como Fernando havia desaparecido.

“Ao insinuar que o genitor do Requerente não foi vítima de desaparecimento forçado pelo regime ditatorial, o Exmo. Sr. Jair Bolsonaro ou esconde informações ou divulga informações falsas em detrimento da honra subjetiva e objetiva de Fernando de Santa Cruz, do Requerente e de seus familiares, atraindo, assim, os tipos penais de que tratam os arts. 138, § 2o, e 140 do Código Penal”, afirma Felipe na ação.


Felipe Santa Cruz ainda ressalta que esta não é a primeira vez que a memória de seu pai é atacada por Jair Bolsonaro e pede na ação que Jair Bolsonaro esclareça se tem efetivamente conhecimento das circunstâncias, locais, fatos e nomes das pessoas que causaram o desaparecimento do pai do presidente da OAB. Além disso, das formas como tomou conhecimento e, caso as respostas forem positivas, quem são os autores e porque ele não os denunciou anteriormente. Por fim, ele ainda pede que seja esclarecido onde se encontra o corpo de Fernando Santa Cruz.

Na segunda-feira, Bolsonaro afirmou que poderia “contar a verdade” sobre a morte de Fernando Santa Cruz e depois apresentou uma versão sobre o fato que não tem respaldo em informações oficiais, inclusive, das próprias forças militares. Ele ainda afirmou que os autores da morte seriam integrantes de uma organização de esquerda, a Ação Popular, responsável pelo assassinato. O Fato não está descrito nem mesmo nos relatos dos militares.

Ontem Bolsonaro voltou a recorrer ao expediente de dar declarações que não se sustentam nos fatos históricos comprovados. Segundo ele, não existem documentos que possam comprovar como se deu a morte do pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, durante a ditadura militar, e questionou a veracidade dos documentos produzidos pela Comissão Nacional da Verdade, criada durante o governo da presidente Dilma Rousseff.

O Palácio do Planalto ainda não se manifestou.


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