O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, protocolou na tarde desta quarta-feira uma ação pedindo que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) explique as declarações que deu a imprensa em que afirma que sabe como Fernando Santa Cruz, pai de Felipe, morreu durante o período da ditadura militar. Na segunda-feira, para atacar o presidente da OAB, Bolsonaro disse que poderia contar como Fernando havia desaparecido.
“Ao insinuar que o genitor do Requerente não foi vítima de desaparecimento forçado pelo regime ditatorial, o Exmo. Sr. Jair Bolsonaro ou esconde informações ou divulga informações falsas em detrimento da honra subjetiva e objetiva de Fernando de Santa Cruz, do Requerente e de seus familiares, atraindo, assim, os tipos penais de que tratam os arts. 138, § 2o, e 140 do Código Penal”, afirma Felipe na ação.
Felipe Santa Cruz ainda ressalta que esta não é a primeira vez que a memória de seu pai é atacada por Jair Bolsonaro e pede na ação que Jair Bolsonaro esclareça se tem efetivamente conhecimento das circunstâncias, locais, fatos e nomes das pessoas que causaram o desaparecimento do pai do presidente da OAB. Além disso, das formas como tomou conhecimento e, caso as respostas forem positivas, quem são os autores e porque ele não os denunciou anteriormente. Por fim, ele ainda pede que seja esclarecido onde se encontra o corpo de Fernando Santa Cruz.
Na segunda-feira, Bolsonaro afirmou que poderia “contar a verdade” sobre a morte de Fernando Santa Cruz e depois apresentou uma versão sobre o fato que não tem respaldo em informações oficiais, inclusive, das próprias forças militares. Ele ainda afirmou que os autores da morte seriam integrantes de uma organização de esquerda, a Ação Popular, responsável pelo assassinato. O Fato não está descrito nem mesmo nos relatos dos militares.
Ontem Bolsonaro voltou a recorrer ao expediente de dar declarações que não se sustentam nos fatos históricos comprovados. Segundo ele, não existem documentos que possam comprovar como se deu a morte do pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, durante a ditadura militar, e questionou a veracidade dos documentos produzidos pela Comissão Nacional da Verdade, criada durante o governo da presidente Dilma Rousseff.