Conhecido como o “doleiro dos doleiros”, Dario Messer é acusado de coordenar megaesquema de lavagem de dinheiro, com o uso de processos sofisticados como contas de distribuição dos recursos e mais de 400 clientes – entre eles o ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Messer estava foragido desde maio do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Câmbio Desligo, desdobramento da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro.
Esta é a primeira vez que o doleiro é preso, mas ele tem o nome no radar das autoridades brasileiras desde a década de 1980, quando começou a ser investigado pela Polícia Federal sob a acusação de movimentação suspeita de dinheiro de políticos, empresários e criminosos.
No início dos anos 2000 a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado teve o nome do doleiro em seus relatórios. Durante as investigações do grupo, foi descoberta movimentação irregular de R$ 8 bilhões entre 1996 e 2002, ligada a Messer. Na ocasião, ele recebeu o apelido de “doleiro dos doleiros” e foi pedido o indiciamento dele, que não chegou a ser preso.
O nome do doleiro apareceu também no escândalo do Mensalão. Segundo a Polícia Federal, ele foi o responsável por enviar US$ 1 bilhão de forma irregular para o exterior e depositar o valor, equivalente em reais, em contas no Banco Rural de titularidade de integrantes do PT. No caso Swissleaks – que revelou esquema de evasão fiscal para o HSBC Private Bank, na Suíça –, Dario Messer foi apontado como dono de offshore no Panamá.
Na Lava-Jato do Rio, foi delatado por Vinicius Claret e Cláudio Barboza, detidos no Uruguai em 2017 e desde então, colaboradores da Justiça. De acordo com as investigações, Messer vivia entre São Paulo e a tríplice fronteira no Paraguai, país que chegou a ter a nacionalidade e onde era procurado. Ele vinha negociando se entregar às autoridades do Brasil, mas a inteligência da PF descobriu que estava em São Paulo, no apartamento de uma amiga.