Jornal Estado de Minas

Ministro da Educação chama Paulo Freire de 'fetiche' e critica: 'É ou não é feio de doer'?


Colecionador de polêmicas, o ministro da Educação Abraham Weintraub  voltou a usar as redes sociais para atacar a esquerda e o educador Paulo Freire na noite dessa quinta-feira (1). Desta vez, divulgou a imagem de um mural em homenagem ao professor e filósofo que fica em frente ao Ministério da Educação (MEC) e provocou: “É ou não é feio de doer?”

Na mesma sequência de tweets, Weintraub divulgou link de um programa da rádio Joven Pan do qual participou na mesma manhã e agradeceu ao deputado federal Carlos Jordy (PSL/RJ), que havia postado originalmente a entrevista, para decretar: “Pena que perdemos tempo nesse fetiche da esquerda: Paulo Freire …”, disse o ministro.



Mais cedo, na entrevista, o ministro da Educação do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) havia questionado o doutorado do educador Paulo Freire e o comparado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “E daí que recebeu o título de doutor honoris causa? O lula também recebeu e tá preso, tá na cadeia, enjaulado”, disse.


Sociedade 'menos feia'


O mural em homenagem a Paulo Freire criticado pelo ministro foi feito pelo artista plástico Henrique Gougon e inaugurado em dezembro de 2003 pelo então ministro da Educação Cristovam Buarque, na presença da viúva do homenageado Ana Maria Araújo Freire. O mosaico tem o formato de um livro e mostra a assinatura de Paulo Freire cercada por assinaturas de adultos recém alfabetizados no país.

Na ocasião, Gougon disse que demorou dois meses para terminar a obra e que usou pedaços de vários tipos de mármore, broca de dentista e tinta automotiva resistentes ao tempo.

Curiosamente, no discurso de inauguração, a viúva de Paulo Freire, Ana Maria, afirmou que o educador lutou por mais de 60 anos, até o último dia de vida, para “fazer uma sociedade menos feia e menos injusta, mais bonita e democrática”.

O escritor Paulo Freire é autor de várias obras na área de educação e aclamado mundialmente como referência no setor.

Abraham Weintraub se apresenta no Twitter como professor universitário UNIFESP, economista USP, mestre em administração FGV e ministro da Educação.


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