Uma nova denúncia envolvendo a Câmara Municipal de Belo Horizonte chega para deixar o ambiente ainda mais confuso no Legislativo Municipal. Desta vez, a presidente da Casa, vereadora Nely Aquino (PRTB), é alvo de uma representação no Ministério Público de Minas Gerais. De acordo com o documento protocolado de forma anônima na Procuradoria de Defesa do Patrimônio Público da capital, Nely teria usado o carro oficial da Câmara para buscar o filho na escola.
No plenário, Nely Aquino afirmou que vem sofrendo diversas ameaças e que a Câmara tem que zelar pela segurança do filho dela. Ele contou que esteve nesta terça-feira no MP para prestar esclarecimentos e se colocou “à disposição” para esclarecimentos.
“Essas intimidações não vão me fazer tremer. Se o intuito é fazer com que recue, que eu trema, eles estão muito enganados”, afirmou. Nely ainda afirmou que a utilização no processo de imagens do vídeo que foi usado para ameaçá-la é um ato “vergonhoso”.
Ela, no entanto, não disse quem poderia estar envolvido nas ameaças ou na tentativa de intimidação. De acordo com a assessoria da Câmara, esse documento não chegou a Casa ainda. “Não conhecemos o teor da denúncia”, informou.
De acordo com a Câmara, o contratado de locação dos veículos da Casa contempla situações como as atuais em que a presidente está sob ameaça e ainda estende a medida a familiares.
“Segundo o entendimento da Procuradoria da Câmara Municipal, o contrato de locação de veículos e sua regulamentação normativa confere a possibilidade do uso do veículo para: garantia da integridade física dos vereadores e mesmo proteção de seus familiares, em situações excepcionais, como no presente caso em que uma criança de seis anos está sendo monitorada”, informa.
Ainda de acordo a Câmara, o uso do veículo na situação descrita na denúncia apresentada ao MP, já era de conhecimento. “O uso do veículo está sob supervisão do serviço de inteligência e segurança institucional a fim de assegurar o regular exercício do mandato, a garantia das prerrogativas dos parlamentares e interesses institucionais do poder legislativo”.
Ameaças
Na semana passada, na véspera da sessão que cassou o mandato do ex-vereador Claúdio Duarte (PSL), a presidente Nely recebeu vídeos com ameaças. Na mensagem encaminhada a pessoa, que não foi identificada, afirmava que sabia a rotina do filho dela. Ela reagiu a ameaça e disse que “não seria outra Marielle Franco” – referência a vereadora do Rio de Janeiro morta em uma emboscada.
O segundo vice-presidente da Casa, Jair di Gregório (PP), também recebeu ameaças no mesmo dia. Foi aberto inquérito pela Polícia Civil para investigar as intimidações.