Mais um pedido de cassação foi protocolado na Câmara Municipal de Belo Horizonte contra o vereador Wellington Magalhães (DC). O autor é o advogado Mariel Marley Marra, o mesmo que representou contra Magalhães no ano passado, mas o vereador acabou sendo absolvido pelos colegas de Casa da acusação de quebra de decoro parlamentar.
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Segundo o autor da nova representação, o pedido, além de se basear nos fatos apresentados ao Ministério Público recentemente, em delação premiada feita por Fredherico Ribeiro Guedes, se destaca pelo depoimento da mãe dele. A mulher disse em depoimento aos promotores que teme pela vida do filho. O fato, segundo Mariel, já serve para caracterizar a quebra de decoro.
“Se uma cidadã tem medo e enxerga no vereador uma pessoa perigosa isso já deixa a imagem do vereador e da Câmara em desprestígio”, afirmou. O pedido de cassação ainda será analisado pela Procuradoria da Casa e não há prazo para ser lido em plenário ou arquivado, caso não sejam encontrados motivos suficientes para levá-lo para ser apreciado pelos vereadores.
Outro pedido protocolado
Na última segunda-feira, o vereador Mateus Simões (Novo) também anexou as novas denúncias contra Wellington Magalhães ao pedido que ele mesmo já havia protocolado na Casa em 28 de junho.
Em novembro do ano passado, Wellington Magalhães escapou de ser cassado pelos colegas durante votação no plenário da Câmara. Para evitar resultado semelhante, Mateus Simões alega que os argumentos para o novo pedido de perda de mandato são diferentes. Um dos argumentos para a quebra de decoro é o fato de Wellington Magalhães usar tornozeleira eletrônica.
A reportagem tentou contato com Magalhães, mas teve sucesso. Na sessão dessa terça-feira, o parlamentar usou os microfones da Casa para se defender e disse que está sendo alvo de perseguição. Ainda de acordo com ele, não houve nenhuma condenação contra ele no caso e, por isso, ele “está tranquilo”.
MP
Na ação ajuizada na semana passada pelo Ministério Público, o ex-presidente da Câmara Wellington Magalhães é acusado de liderar uma organização responsável por uma fraude de R$ 30 milhões em contratos de publicidade da Casa.
Segundo o MP, Magalhães teria recebido R$ 1,8 milhão de propina em dinheiro, além de vinhos importados e hospedagem no exterior.
Além de Wellington Magalhães, aparecem como réus outras oito pessoas físicas ou jurídicas. O MP pediu a indisponibilidade de bens de todos os denunciados no valor de R$ 9,2 milhões.
Em acordo de delação premiada, um deles, Fredherico Ribeiro Guedes, apresentou uma agenda com anotação de repasses feitos ao vereador.
Preso em abril do ano passado, o vereador ficou mais de um ano afastado da Câmara Municipal, reassumindo o mandato em 17 de junho, amparado por uma decisão judicial. (Com informações de Isabella Souto)