O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmou nesta sexta-feira que a legenda apoiou a eleição do então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), no segundo turno, por falta de opção e que vai reagir a cada declaração do político que demonstrar extremismo ou autoritarismo. De acordo com ele, hoje o partido tem uma postura de independência em relação ao Palácio do Planalto.
“O PSDB não tem qualquer indicação (no governo) e vai reagir de forma sempre muito firme a qualque atitude anti-civilizatória, a qualquer posição autoritária ou quaquer coisa que leve a uma posição extrema”, disse o tucano, durante evento do partido realizado em Belo Horizonte, nesta sexta-feira.
Bruno Araújo ressaltou que o PSDB ficou sem alternativas no segundo turno das eleições, quando estiveram na disputa Fernando Haddad (PT) e Bolsonaro. O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, terminou o primeiro turno na quarta colocação, com 4,76% dos votos válidos.
“Era o PT ou o Bolsonaro. Era a mesma (realidade) de quem está me entrevistando e teve que optar. E nossa natureza foi anti-PT, de enfrentamento ao PT. Eu votei no Bolsonaro como uma negação ao PT”, argumentou o presidente da legenda, que segundo ele, “não rasga voto”.
Nos últimos dias, o governador de São Paulo tem tentado desvincular sua imagem do presidente da República, candidato que apoiou no segundo turno, a ponto de fazem campanha com uma blusa com a expressão #BolsoDoria.
A alfinetada mais recente foi nesta sexta-feira, em Xangai, na China, onde o governador inaugurou um escritório comercial para facilitar negócios entre São Paulo e aquele país. “Nossa preocupação é fazer um governo múltiplo, não isolado ou autoritário, onde apenas uma pessoa manda, determina, comanda”, disse, em alusão a Bolsonaro.
Apesar das divergências políticas, Bruno Araújo disse que a legenda continuará votando com o governo em pautas liberais e que apoiem a livre iniciativa, geração de emprego e renda.