A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, prorrogou nesta segunda-feira a atuação da força-tarefa da Lava-Jato por mais um ano. Esta é a quinta vez desde que foram desencadeados, em 2014, que os trabalhos de investigação no Paraná têm sua validade estendida.
“Instituída em abril de 2014, a partir da instalação dos primeiros procedimentos investigativos envolvendo a Petrobras, a Força-Tarefa da Lava-Jato teve em sua primeira formação dez procuradores. A ampliação do quadro ocorreu de forma progressiva e chegou a 15 membros este ano”, informa a PGR.
De acordo com a PGR, a força-tarefa tem custo mensal de R$ 112,2 mil com pagamentos das substituições de procuradores que deixam suas funções e são designados para atuar na Lava-Jato. “Por ano, considerando todos os encargos, o acumulado chega a R$ 1,4 milhão”, informou o Ministério Público Federal (MPF). Também foi crescente a destinação de recursos para diárias e passagens. Em 2019, por exemplo, já foram gastos R$ 808 mil com essa despesa.
A prorrogação ocorre no momento em que Raquel Dodge sofre críticas de procuradores, que a acusam de atuar contra a categoria e contra a Lava-Jato. A procuradora-geral está em fim de mandato. O presidente jair Bolsonaro ainda não decidiu quem vai substituí-la.
A decisão de Dodge ocorre também quando integrantes da força-tarefa, como o procurador e coordenador dos trabalhos, Deltan Dallagnol, aparecem implicados em vazamentos de mensagens em que estariam supostamente atuando para combinar ações na época em que o ministro Sérgio Moro era o juiz responsável pelos processos da operação na primeira instância.