O ex-ministro Antônio Palocci afirmou em delação premiada que o PT recebeu R$ 270 milhões em propina, valores que teriam sido usados para pagar as campanhas eleitorais da legenda. A informação consta nos 23 anexos que compõem a delação premiada feita por ele à força-tarefa da Lava-Jato. As informações foram publicadas, nesta quarta-feira, no site da Revista Veja.
Leia Mais
Delação de Palocci à PF implica AmbevPalocci vai para o regime aberto com tornozeleira eletrônicaDepoimento de Palocci sobre desvios no BNDES é assunto mais comentado do TwitterNota de risco de Angola foi rebaixada para garantir propina ao PT, diz PalocciPalocci diz que MDB do Senado recebeu para apoiar Dilma
No caso dos ex-presidentes Dilma e Lula, a reportagem mostra que os empresários teriam procurado o partido para fazer as doações. Em troca, teriam sido concedido tributação menor para alguns setores, apoio de parlamentares da base para projetos de interesse das empresas, além de crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ainda sobre o ex-presidente Lula, Palocci controu que ele teria recebido R$ 1 milhão de dólares (cerca de R$ 3,5 milhões à época) do ditador líbio Muamar Kadafi, morto em 2011. O dinheiro teria servido para a campanha de 2002 do petista que concorreu à presidência.
Em outra frente, a campanha da ex-presidente Dilma, entre outros parlamentares do partido, como a Gleisi Hoffmann, teria recebido recursos do montante de R$ 50 milhões. O valor teria sido conseguido após a legenda realizar verdadeira operação para impedir a operação Castelo de Areia no Superior Tribunal de Justiça.
Ainda segundo a reportagem, Palocci confirmou o envio de propinas da empresa Qualicorp ao PT e à Touchdown, que pertence ao filho caçula de Lula, Luis Cláudio. Segundo o ex-ministro, a Agência Nacional de Saúde Suplementar teria concedido benefícios à companhia.
Em nota, a Qualicorp afirmou que seus contratos são auditados e negou que tenha obtido qualquer tipo de benefício público e não transgredi a lei.
“A Qualicorp é uma companhia de capital aberto, com milhares de acionistas nacionais e internacionais, e todos os seus contratos são auditados por empresas renomadas. Sua atividade é exclusivamente privada e depende da contratação voluntária de cada cliente de plano de saúde.