Em entrevista à revista Época, o congressista aproveitou para alfinetar o presidente Jair Bolsonaro ao dizer que ele tem "uma milícia". "Estou aliviado de não ter mais o peso Bolsonaro nas minhas costas. Isso não é ser Judas, como a milícia dele tenta pintar."
Frota relembra ainda do "sacrifício" que fez para ajudar Bolsonaro desde 2013, quando, segundo o deputado, fazia o que estivesse ao alcance para agradar ao presidente.
"Muitas vezes, ele ficava assustado, com medo da CUT, do PT, do MST, e eu trazia amigos de minha academia para fazer a segurança dele. Eu o buscava no aeroporto, disponibilizava carro blindado. Levei-o a rádios e televisões, levei-o para restaurantes populares. Em Curitiba, eu o carreguei nos ombros do aeroporto ao trio elétrico. Saí na porrada com o PT por causa dele, participei de todas as manifestações. Dobrei várias pessoas que não queriam votar nele. Eu acreditei", completa o deputado.
Ainda em entrevista à Época, Alexandre Frota compartilha que, em sua opinião, Doria seria o presidente que traria dignidade ao país, visto que o atual governo está imerso em uma gestão com uma linha ditatorial. "Bolsonaro tem viés ditatorial. Um deputado que não concorda com ele é expulso do partido. Um ministro que não compactua com a vontade do filho dele é demitido", afirma Frota, defendendo que o país precisa migrar do radicalismo de direita para a centro-direita.
O deputado recebeu, nesta quinta-feira (13/8), a carta oficial de desfiliação do PSL. Frota ressaltou que "ninguém do PSL" pode cobrar ética por parte dele. Ao ser entrevistado pela Folha de S. Paulo, Frota mostrou sua indignação frente ao atual governo e disse que "Bolsonaro não é burro, mas um idiota ingrato que nada sabe". Afirmou ainda que "aquela cadeira de presidente ficou grande para ele e ele se lambuzou com o mel da Presidência".
* Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca