O jornalista Alexandre Garcia é o novo colunista do Estado de Minas. Semanalmente, às quartas-feiras, serão publicadas suas análises sobre a política atual. Um dos expoentes do jornalismo brasileiro, com passagens por rádio e TV, sempre teve o olhar voltado para o noticiário político, trazendo informações sobre os chamados "bastidores". São 43 anos vivendo em Brasília.
Alexandre Eggers Garcia nasceu em Cachoeira do Sul, município do Rio Grande do Sul, conhecido como a Capital Nacional do Arroz. Lá, aos 6 anos, teve o primeiro contato com rádio, ao lado do pai, o uruguaio Oscar Chaves Garcia. O menino Alexandre fazia papéis em radionovelas da Rádio Cachoeira e, mais tarde, da Rádio Alto Taquari, na cidade de Estrela. Aos 15 anos, passou a transmitir missa dominical. Depois, foi locutor e noticiarista na Rádio Independente, de Lajeado, também levado pelo pai.
Com o trabalho de locução na Rádio Difusora, já em Porto Alegre, conseguiu pagar seus estudos. “Quer dizer: de microfone, já tenho mais de 70 anos”, diz o jornalista, que completará 79 em novembro e é formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, onde também foi professor.
Com o trabalho de locução na Rádio Difusora, já em Porto Alegre, conseguiu pagar seus estudos. “Quer dizer: de microfone, já tenho mais de 70 anos”, diz o jornalista, que completará 79 em novembro e é formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, onde também foi professor.
No currículo, destaca que foi correspondente no exterior pelo Jornal do Brasil e, anos depois, subsecretário de Imprensa da Presidência da República, no governo João Baptista Figueiredo, durante 18 meses. Passou pela TV Manchete, onde ocupou o cargo de diretor. Atuou por 31 anos na TV Globo como repórter especial, comentarista e apresentador substituto no Jornal Nacional, Bom Dia Brasil e programa semanal na Globonews, além de comentarista e apresentador do noticiário local.
Foi diretor de jornalismo da Globo em Brasília. Hoje, escreve para duas revistas mensais, mantém coluna semanal em jornais e faz comentários diários para mais de 300 emissoras de rádio. Publicar agora também no maior jornal de Minas Gerais reforça ainda mais a sua relação com os mineiros. “Minas é o centro verdadeiro do país”, afirma o colunista.
Foi diretor de jornalismo da Globo em Brasília. Hoje, escreve para duas revistas mensais, mantém coluna semanal em jornais e faz comentários diários para mais de 300 emissoras de rádio. Publicar agora também no maior jornal de Minas Gerais reforça ainda mais a sua relação com os mineiros.
Com a experiência de quem cobriu três guerras (Angola, Líbano e Malvinas), foi enviado especial no Peru, Paraguai, Colômbia e Chile e correspondente especial na Argentina e Uruguai, Alexandre Garcia diz que tece suas análises a partir de uma visão macro, sem envolvimento nos fatos. O autor de João presidente e Nos bastidores da notícia, que vendeu mais de 60 mil exemplares, vê o futuro do Brasil com otimismo. Confira a seguir.
Como o senhor enxerga o Brasil de hoje?
Com realismo otimista. Lembro-me de que o "Milagre Brasileiro", em que o país cresceu 11,2% em média anual por três anos, foi movido a otimismo e entusiasmo. Não foi Delfim ou Médici; fomos nós. Ninguém investe sem acreditar no futuro com otimismo. Pessimismo, ao contrário, destrói, emperra. E o governo está criando as bases para isso, na liberdade econômica, na Previdência, no combate à corrupção e ao crime em geral. No enfrentamento direto e autêntico dos problemas. Quem acredita no futuro investe e, investindo, abre vagas de emprego.
Há algum método de direcionamento de suas análises para o cenário brasileiro?
Sim. Procuro ter uma visão macro e numa distância que permita enxergar o todo; o distanciamento gera isenção, que é o não envolvimento nos fatos. Procuro ver a floresta e não a árvore. Vendo a floresta, sente-se para que lado o vento está vergando os galhos e folhas. Ficar muito perto da árvore, só se vê a cor, o perfume, a textura de um indivíduo, e não o todo e a direção para onde está indo.
Qual é o papel da imprensa, especialmente dos conteúdos de opinião, diante das fake news?
Não separo imprensa de fake news nas redes sociais. Apenas são diferentes as denominações das mentiras. Quando não havia redes sociais, os boatos e "barrigas" também existiam, impressos no papel. A diferença é que a notícia impressa passa pelo repórter, pelo editor, pelo revisor, pelo chefe; nas redes sociais, sai direto de uma cabeça, ou um robô, ou algum grupo.
Conte pra gente como é a sua relação com Minas e os mineiros, tanto no aspecto pessoal quanto no profissional.
Minas é o centro verdadeiro do país. Sua importância histórica e política torna Minas o umbigo do Brasil. De Tiradentes, dos Andradas, do divisor de águas JK e de tantos outros. Estou na Rede Itatiaia, em quase 80 pontos de Minas, há mais de duas décadas. Mas o melhor de tudo é que sou casado com uma mineira do Sul de Minas, de Campos Gerais, e isso me liga num literal casamento com tudo que é mineiro.