O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) cancelou a sessão de julgamento que realizaria na quarta-feira, 21. Na ocasião, o órgão iria analisar 16 processos administrativos sancionadores contra empresas. Apesar do conselho ter sido devolvido para o Ministério da Economia, por decisão do Congresso Nacional, os atos do Coaf continuam sendo publicados na página do Ministério da Justiça e Segurança Pública, de Sérgio Moro, a quem o governo queria manter o órgão subordinado. O aviso do cancelamento da sessão está no Diário Oficial da União (DOU) de hoje e é assinado pelo presidente substituto do órgão, Jorge Luiz Alves Caetano.
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Mudança do Coaf para Banco Central será assinada nos próximos dias, dizem fontesProcuradores veem 'reputação do País afetada' após decisão de Toffoli sobre CoafBolsonaro: se puder transferir Coaf para BC por projeto da Câmara, é melhorGilmar suspende ação penal contra Cabral por uso de dados do CoafBolsonaro: Se Coaf para BC for por medida provisória, eu assinoOutro ponto que será anunciado pelo governo é o nome do futuro chefe do órgão. Em Brasília, o nome mais cotado é do atual diretor de Supervisão do Coaf, Ricardo Liáo, que poderá assumir a presidência do conselho no lugar do auditor fiscal Roberto Leonel, que foi uma nomeação de Moro.
A indicação de Liáo para o comando seria uma forma de garantir certa continuidade na administração do Coaf, que passará a se chamar Unidade de Inteligência Financeira. Isso porque ele já faz parte da estrutura do conselho, formada por cinco servidores. Além disso, Liáo é o único na cúpula atual do Coaf que é servidor de carreira do BC. Os outros quatro integrantes - incluindo o presidente Roberto Leonel - são da Receita Federal.
Oficialmente, a decisão de Bolsonaro de transferir o Coaf do Ministério da Economia para o Banco Central tem como objetivo reduzir a influência política no órgão, que é responsável pela identificação de ocorrências suspeitas e atividades ilícitas no sistema financeiro. A mudança, porém, surge na esteira de declarações do atual presidente, Roberto Leonel, que desagradaram o Planalto.
Em dezembro do ano passado, o jornal O Estado de S.
Em junho deste ano, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, atendeu a um pedido da defesa de Flávio e suspendeu todos os processos judiciais que tramitam no País em que houve compartilhamento de dados da Receita Federal, do Coaf e do BC com o Ministério Público sem prévia autorização judicial. A defesa de Flávio alegou que o Ministério Público do Rio utilizou o Coaf como "atalho" para realizar uma "devassa, de mais de uma década, nas movimentações bancárias e financeiras" do senador.
A decisão de Toffoli foi criticada por Leonel. Segundo ele, o sistema de combate ao crime de lavagem de dinheiro no País ficaria comprometido. Após as declarações, o ministro Paulo Guedes passou a ser pressionado a demitir Leonel, já que o conselho faz parte da estrutura do ministério.
Na última sexta-feira, Bolsonaro voltou a afirmar a jornalistas que o Coaf será transferido para o BC para que servidores da autarquia ocupem os cargos do órgão..