O delegado da alfândega do Porto de Itaguaí (RJ), José Alex Nóbrega de Oliveira, deixou a superintendência da Receita Federal no Rio após uma reunião com o superintendente do órgão no Estado, Mário Dehon, mas se recusou a comentar sobre sua permanência no cargo. Oliveira disse apenas que "não saiu nada no Diário Oficial da União".
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Lava Jato consultou Receita sem autorização, diz siteDallagnol rebate acusação contra a Lava-Jato sobre acesso de dados da ReceitaNa semana passada ele enviou uma mensagem a colegas do órgão em um grupo de WhatsApp relatando que "forças externas que não coadunam com os objetivos de fiscalização" da Receita Federal. A autenticidade e autoria da carta foram confirmadas pela reportagem.
Os auditores fiscais de alto escalão ameaçam entregar seus cargos caso sejam efetivadas indicações políticas na superintendência do Rio de Janeiro e em outros postos chaves do órgão. O órgão se encontra em crise, pressionado pelo Executivo, Legislativo e Judiciário para mudanças em sua estrutura e na forma de atuação.
Nos bastidores da Receita, há relatos de que o secretário especial da Receita, Marcos Cintra, teria solicitado a Dehon a mudança de Oliveira e da delegada chefe da Delegacia da Receita Federal no Rio de Janeiro II, na Barra da Tijuca.
A Delegacia da Alfândega da Receita Federal no Porto de Itaguaí é estratégica no combate a ilícitos praticados por milícias e pelo narcotráfico em operações no porto, que incluem contrabando, pirataria e subvaloração de produtos. No contato com delegados do grupo, Oliveira relata dificuldades de localização do porto e escassez de funcionários para processar mercadorias de 856 contêineres bloqueados "por todo o tipo de irregularidade" na região, que movimenta produtos vindos da China e exportações para a Europa.
Na última quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro foi questionado sobre a intenção de substituição na Receita Federal no Rio e declarou que poderia trocar postos em que pessoas se julgavam "donos do pedaço"..