O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), expulso na última semana do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro, criticou o que chamou de "ditadura bolsonariana" na noite de segunda-feira, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Segundo Frota, que apoiou o presidente durante a disputa eleitoral, não existe abertura ao diálogo e nem espaço para quem pensa diferente.
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Tucanos querem barrar filiação de Frota no PSDBEntenda o que está por trás das alfinetadas entre Bolsonaro, Huck, Dória e FrotaFrota diz não ficar 'constrangido' com Aécio no PSDB porque PSL 'tinha o Queiroz'Rumo ao PSDB, Frota diz que Bolsonaro ''tem uma milícia''Alexandre Frota vai se filiar ao PSDB, dizem fontes tucanasApós expulsão de Frota, dois deputados estão na mira do PSLSegundo ele, o comportamento de apoiadores do presidente nas redes sociais configuraria uma "ditadura". "Você não pode falar nada, não pode criticar, não pode opinar, que você é expulso. Haja vista o que passou o Santos Cruz, o (Gustavo) Bebianno (ministros demitidos). Todo mundo que esbarra em alguma coisa, que cria uma divergência, que dá uma opinião contrária, se torna a ovelha negra.
Questionado se não foi possível perceber isso durante a campanha, Frota negou e disse que o presidente mudou. "É uma outra pessoa. Era aberto, comunicativo. Vejo ele tomando atitudes e interferindo no Coaf, na Receita, na PF. Se algo não o agrada, ele muda", afirmou.
Expulsão do PSL e filiação ao PSDB
O deputado federal foi expulso do PSL na última terça-feira e, três dias depois, se filiou ao PSDB, com apoio do governador de São Paulo, João Doria. Em relação à saída do partido, disse que é necessário respeitas as legendas, "mas não se tornar um fantoche do partido".
Sobre o novo partido, disse que não retira nenhuma das críticas que fez no passado, mas que agora é outro momento. "Estou começando agora dentro desse partido, um partido renovado, a convite do João Doria e do Bruno Araújo (presidente do PSDB). Acho que vou ter mais independência, mais liberdade", disse.
Equilíbrio
O deputado defendeu a abertura de diálogo e o equilíbrio na relação com a oposição. "Se eu colocar fogo de um lado e o Paulo Pimenta (líder do PT na Câmara dos Deputados) colocar fogo do outro lado, as coisas não andam.