Diversas lideranças de centro-esquerda da Argentina divulgaram nessa segunda-feira um manifesto em defesa da libertação do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava-Jato há 500 dias. Entre os signatários estão a ex-presidente argentina Cristina Kirchner e o candidato à presidência Alberto Fernández.
Leia Mais
Site do PSDB é hackeado e exibe foto de Dilma e LulaSite do PSDB é hackeado; página inicial tem a foto de Lula e Dilma juntosBolsonaro: PT botou 10 mil fantasiados de médicos para fazer célula de guerrilhaGebran autoriza Gleisi a atuar como advogada de LulaPalocci cita filho de Lula, bancos e empresas envolvidos em esquema de propina do PTLula se cala em depoimento de nova fase da Lava-JatoDurante a campanha para as primárias, que venceu com uma vantagem de 15 pontos para o presidente Mauricio Macri e o cacifou para eleger-se nas eleições de outubro, Fernández visitou Lula na prisão em Curitiba e defendeu sua libertação.
Críticas de Bolsonaro
A proximidade de Fernández com Lula provocou críticas do presidente da República, Jair Bolsonaro, que desde as prévias tem associado o presidente argentino com outras lideranças de esquerda do Brasil e da América Latina, como Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff, os venezuelanos Nicolás Maduro e Hugo Chávez e o ex-líder cubano Fidel Castro.
"Olha o que está acontecendo com a Argentina agora. A Argentina está mergulhando no caos. A Argentina começa a trilhar o rumo da Venezuela, porque, nas primárias, bandidos de esquerda começaram a voltar ao poder", disse o presidente em Parnaíba, no Piauí, onde participava de cerimônia alusiva a um projeto de irrigação.
Bolsonaro defende a reeleição de Mauricio Macri, apesar de, segundo analistas, o apoio ao presidente argentino não ser bem visto no país vizinho em consequência das declarações favoráveis à ditadura militar feitas pelo presidente brasileiro.
A Argentina viveu entre 1978 e 1983 uma das ditaduras mais violentas do continente, com mais de 30 mil mortos e desaparecidos.
Resposta a Bolsonaro
Fernández respondeu ao presidente brasileiro na semana passada. "Com o Brasil, teremos uma relação esplêndida. O Brasil sempre será nosso principal sócio. Bolsonaro é uma conjuntura na vida do Brasil, como Macri é uma conjuntura na vida da Argentina", disse Fernández em uma entrevista ao programa "Corea del Centro", da emissora Net TV.
"Agora, em termos políticos, eu não tenho nada a ver com Bolsonaro. Comemoro enormemente que fale mal de mim. É um racista, um misógino, um violento...