Os tucanos votaram duas representações: uma do diretório municipal de São Paulo e outra do diretório estadual paulista. Por 30 votos a favor, 4 contra e uma abstenção, os tucanos rejeitaram as duas.
Para Aécio, a decisão do partido foi democrática. "O partido tomou uma decisão serena e democrática, não há aqui vitoriosos e vencidos", afirmou o deputado. "Acho que isso permitirá que o PSDB cumpra seu papel de um partido de centro, com a grave preocupação social e que pode voltar a ser protagonista no processo político brasileiro", afirmou Aécio.
Questionado se a decisão era uma derrota a Doria, ele disse que não vê dessa forma. "Decisão respeita estatuto e história daqueles que construíram história do PSDB. O partido simplesmente disse que tem regras", afirmou.
O deputado mineiro é alvo de investigações na operação Lava-Jato e passou a ser alvo de ataques dentro do próprio partido desde que vieram à tona áudios em que ele pediu R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.
Nas últimas semanas as críticas a Aécio aumentaram entre os tucanos paulistas. O governador de São Paulo João Doria afirmou que o deputado poderia fazer sua denúncia fora do PSDB.
"A meu ver, o deputado Aécio Neves tem todo o direito a formular a sua defesa, confiante na sua inocência, mas pode fazê-lo fora do PSDB", afirmou Doria após reunião com a bancada tucana na Câmara.
A expulsão de Aécio Neves é considerada fundamental por parte do partido que espera demonstrar uma renovação para os eleitores a partir de 2020. Desde a aprovação de um novo estatuto, membros do PSDB defendem critérios éticos mais rígidos e o parlamentar mineiro, com várias investigações em andamento, poderia atrapalhar a legenda.
Relator e aliado do mineiro, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA) apresentou parecer contrário à admissibilidade das representações. A maioria da executiva acompanhou o entendimento, travando a possibilidade de os casos avançarem para o Conselho de Ética do partido.
Com informações de Estadão Conteúdo