O secretário especial de Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, anunciou ontem que deixará o cargo, pois é "voz dissonante" no governo. A assessoria do ministro da Cidadania, Osmar Terra, porém, disse que foi ele quem demitiu o secretário. Henrique Pires estava no cargo desde o início do governo Bolsonaro e afirmou que decidiu deixar a secretaria após o ministério suspender edital que havia selecionado séries sobre diversidade de gênero e sexualidade a serem exibidas nas TVs públicas. "Isso é uma gota d'água, porque vem acontecendo. E tenho sido uma voz dissonante interna", disse Pires. “Tenho o maior respeito pelo presidente da República, tenho o maior respeito pelo ministro, mas não vou chancelar a censura", acrescentou.
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Prefeito Alexandre Kalil cancela performance LGBT da Virada CulturalBolsonaro assina MP que retira LGBTs das diretrizes de Direitos Humanos“Não concordo com a colocação de filtros em qualquer tipo de atividade cultural. Não concordo como cidadão, e não concordo como agente público, você tem que respeitar a Constituição", afirmou Henrique Pires ontem. Em nota, o Ministério da Cidadania afirmou: “Ao contrário da versão divulgada pelo ex-secretário especial da Cultura José Henrique Pires, o cargo foi pedido pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, na terça-feira, à noite, por entender que ele não estava desempenhando as políticas propostas pela pasta. O ministro se diz surpreso com o fato de que o ex secretário, até ser comunicado da sua demissão, não manifestou qualquer discordância à frente da secretaria. O secretário-adjunto e secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, José Paulo Soares Martins, assume o cargo.”
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