O advogado Nilton Serson, que teve prisão decretada pela Justiça Federal, alvo da 63.ª fase da Operação Lava Jato, informou que mora em Miami e vai se apresentar às autoridades no Brasil. Por meio de sua defesa, ele pediu a revogação da medida cautelar. Ele é suspeito de ser "laranja" na lavagem de dinheiro da Odebrecht, ligado ao ex-chefão jurídico do grupo, Maurício Ferro.
Serson e Ferro tiveram prisão temporária decretada pelo juiz federal Luiz Antônio Bonat, titular da Lava Jato em Curitiba, alvos da Operação Carbonara Chimica.
A nova fase da Lava Jato decorre da acusação do processo contra Guido Mantega, ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, por acerto de R$ 50 milhões em propinas ao PT por favorecimento à Odebrecht na edição da Medida Provisória 470.
A Lava Jato descobriu que Serson recebeu R$ 78 milhões da Braskem, por intermédio de Ferro, de forma suspeita. Apuração interna da empresa apontou falta de documentos que comprovassem a efetivação dos serviços pagos. Documentos enviados pela Suíça também mostraram que Serson recebeu valores em uma conta secreta do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, a máquina de fazer propinas do grupo.
"Tão logo soube da presente medida passou a providenciar seu retorno ao país, a fim de prestar todos os esclarecimentos necessários a este Juízo, colocando-se a inteira disposição para quaisquer informações e cumprimentos de atos processuais", informa o pedido apresentado pela advogada Lia Felberg.
"O averiguado está residindo nos Estados Unidos da América há mais de três anos", informa a defesa.
"Requer-se, pois, tão logo sejam prestadas as informações desejadas e necessárias, tendo já havido o cumprimento das medidas cautelares de Busca e Apreensão, seja revogada a presente prisão temporária."
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