O juiz federal Luiz Antonio Bonat, da Operação Lava Jato em Curitiba, negou nesta quinta-feira, 22, o pedido de revogação da prisão temporária do advogado Nilton Serson, suspeito de ser "laranja" na lavagem de dinheiro da Odebrecht, ligado ao ex-chefão jurídico do grupo, Maurício Ferro.
Serson teve prisão decretada pela Justiça Federal, alvo da fase 63 da Lava Jato, batizada de Operação Carbonara Chimica.
Em pedido enviado a Bonat na tarde desta quinta, a defesa de Serson informou que o cliente mora em Miami e que vai se apresentar às autoridades no Brasil. Por meio de sua defesa, ele pediu a revogação da medida cautelar.
"Apesar da relevância das informações apresentadas pela defensora, o pleito é estranho aos presentes autos, pelo que não conheço do pedido", decidiu Bonat.
Segundo o juiz da Lava Jato, a prisão de Nilton Serson "ainda está pendente de cumprimento".
"O pedido de revogação da prisão temporária deverá ser formulado em autos apartados, distribuído por dependência ao aludido processo de buscas e prisões, sob a classe 'Pedido de Liberdade Provisória Com ou Sem Fiança'."
Serson e Ferro tiveram prisão temporária decretada pelo juiz.
A nova fase da Lava Jato decorre da acusação do processo contra Guido Mantega, ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, por suposto acerto de R$ 50 milhões em propinas ao PT por favorecimento à Odebrecht na edição da Medida Provisória 470.
A Lava Jato descobriu que Serson recebeu R$ 78 milhões da Braskem, por intermédio de Ferro, de forma suspeita. Apuração interna da empresa apontou falta de documentos que comprovassem a efetivação dos serviços pagos. Documentos enviados pela Suíça também mostraram que Serson recebeu valores em uma conta secreta do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, a máquina de fazer propinas do grupo.
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