A procuradora-geral, Raquel Dodge, voltou a defender, nesta sexta, 23, durante evento que reúne os chefes dos Ministérios Públicos do Mercosul, em Salvador, o veto integral ao projeto de lei de abuso de autoridade.
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Raquel Dodge pede que Bolsonaro vete a lei de abuso de autoridadeRaquel volta a defender veto ao projeto de lei de abuso de autoridadeManifestantes preparam atos contra projeto de abuso de autoridade no domingoAs informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da PGR.
O projeto de lei prevê sanções a excessos praticados por agentes de Estado - incluindo magistrados, membros do Ministério Público, parlamentares que atuam em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e policiais.
Para Raquel, o projeto da forma como foi aprovado pelo Congresso "busca inibir a atuação dos membros do MP e outras autoridades no combate à corrupção e na proteção dos direitos fundamentais".
"Nossas instituições não podem ser temerosas, com seus membros sempre na perspectiva de estarem atuando sob o risco de receber alguma imputação indevida", alertou a procuradora.
Segundo ela, a atual legislação já prevê sanções às autoridades pelo eventual cometimento de excessos, nas esferas civil e criminal.
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por exemplo, já tem a função de fazer a supervisão disciplinar dos 18 mil membros da instituição e "tem funcionado vigorosamente, aplicando sanções a quem excede", pontuou a PGR. "Precisamos manter o papel dos MPs como instituições independentes, com condições de realizar com coragem prontamente sua atribuição constitucional."
Amazônia
Durante o evento, Raquel também alertou para o incêndio que se alastra pela Amazônia. Ela classificou o episódio como tragédia e defendeu a punição dos responsáveis.
"Precisamos saber as razões dessas queimadas. Elas precisam ser investigadas adequadamente e aqueles que cometeram o crime de incendiar esse patrimônio da humanidade devem ser efetivamente punidos", defendeu. Raquel informou que está em contato permanente com os procuradores da Força-Tarefa Amazônia e a Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (4CCR) do MPF, para garantir atuação rápida.
"Esse assunto está sendo tratado com prioridade, até que saibamos quem causou o incêndio, possamos puni-los e promover medidas necessárias para conter o fogo e preservar a floresta", acrescentou..