Jornal Estado de Minas

Dilma critica Bolsonaro e compara Lula a Mandela


A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, na manhã deste sábado (24) que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ameaça a soberania nacional e que só o PT pode liderar uma reação para retomar o comando do país. Ao participar do lançamento da candidatura da presidente do PT Gleisi Hoffman à reeleição, em Belo Horizonte, ela colocou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como peça fundamental para os petistas reerguerem a legenda e o comparou ao líder pacifista Nelson Mandela.

Dilma empenhou o apoio de Lula à continuidade de Gleisi na presidência do partido e disse que o PT precisa do ex-presidente, preso desde abril de 2018 por causa da condenação no caso do Triplex no Guarujá: “Precisamos que o companheiro Lula, que é quem representa a democracia no país, não seja como um Mandela que fique 27 anos na prisão".

"Uma das grandes lutas nossas será sempre até que ele seja liberado desse cárcere injusto, a liberdade do Lula. E aí também confio na presidente Gleisi e em todos vocês”, disse. A ex-presidente falou sobre o risco que enxerga na privatização da Petrobras, pretendida pelo governo Bolsonaro. Segundo ela, se tratará de uma desnacionalização, já que só os investidores estrangeiros terão dinheiro para comprar.

Dilma disse as ações de Bolsonaro em relação ao processo de vendas das estatais e sua atuação na política ambiental que afeta a Amazônia se tratam de “roubo” e “destruição do patrimônio”. Ela também afirmou que a Petrobras foi alvo de uma 'guerra contra a verdade' e nunca esteve quebrada, como fazem parecer. Segundo Dilma, a menor quantia que a empresa já teve em caixa por ano foi US$ 13 bilhões.
“Essa é uma das grandes mentiras que contam em prosa e verso.

"A Petrobras e a Eletrobras estão ameaçadas”, disse. De acordo com Dilma, a venda da Petrobras, o afrouxamento da fiscalização da Amazônia e o incentivo ao uso livre das terras são ameaças à soberania brasileira. “Está em questão a soberania nacional, tanto na venda da Petrobras como no processo de destruição da Amazônia, que não é só um problema internacional, é algo que fere a soberania do Brasil”, disse.

A petista também criticou a política do governo Bolsonaro em relação à educação, que, segundo ela, quer privatizar os estudos e tirar dos negros a possibilidade de acesso. “Com o Future-se (programa do governo Bolsonaro) quer se transformar a ciência, a tecnologia e a cultura no Brasil em pó”.

Lançamento nacional em BH

A presidente do PT Gleisi Hoffmann escolheu Belo Horizonte para lançar sua candidatura à reeleição do PT com a chapa batizada de “Lula Livre”. Aos militantes, disse que o partido tem o desafio de melhorar a comunicação nas redes sociais, mas também investir no convencimento das pessoas pessoalmente.
Coisa que, segundo ela, “a turma do Bolsonaro não sabe fazer”. 

Ela conclamou a militância a reerguer o partido e disse que as eleições municipais do ano que vem serão o primeiro passo para o partido se fortalecer para o pleito presidencial em 2022. De acordo com ela, se Lula tiver direitos políticos devolvidos e quiser, poderá concorrer novamente ao Palácio do Planalto. Gleisi também afirmou que o candidato derrotado no ano passado, Fernando Haddad, é uma das possibilidades de candidatura da legenda.

O ex-governador Fernando Pimentel não participou do evento, que ocorreu em uma escola de samba do Cidade Jardim. Gleisi teve o apoio de deputados como o federal Reginaldo Lopes e o estadual André Quintão.
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