A área verde da Praça do Papa foi ocupada na manhã deste domingo (25) por grupos de esquerda, ativistas ambientais em defesa da Amazônia e contra as políticas para o setor do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O protesto foi convocado por causa do aumento do desmatamento e das queimadas, que ganharam repercussão internacional nos últimos dias.
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Em meio aos motes que se misturaram na praça também havia pedidos de “fora Bolsonaro e todos os golpistas” e fotos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estampadas em camisas e cartazes do grupo que defende “Lula livre”.
Contra Bolsonaro e por Lula
O ator e diretor Munish, coordenador do coletivo Alvorada, que puxou a manifestação, disse que é preciso fazer algo para que não se destrua a Amazônia. De acordo com ele, outros grupos, como o dos Atingidos por Barragens (MAB), partidos e organizações não governamentais se juntaram ao protesto.
“A Amazônia simboliza a soberania nacional, é isso que está em risco. O salve a Amazônia é o salve o Brasil”, disse.
Entre as pautas, os grupos se posicionaram contra o desmonte da política ambiental do governo. A professora Leila Louback, 54 anos, do grupo Guayi de agroecologia, disse que o mundo é uma coisa única e que a pauta ambiental brasileira é uma questão de sobrevivência. “Menos fiscalização traz consequências. A Amazônia tem que ser vista mais que como um patrimônio, mas como uma questão e clima, não cuidar da biodiversidade é um crime”, disse.
O servidor público Gabriel Corrêa Pereira, 35, que foi à praça com a namorada e também servidora Débora Freitas de Paula, 39, disse que mais que a polarização política, é importante que todos lutem pelo meio ambiente e contra o desmatamento.
Os dois foram ao protesto atendendo a um chamado nas redes sociais. “Os discursos do presidente estão incentivando os ruralistas, essa semana tivemos o dia do fogo em uma cidade”, afirmou Gabriel, ressaltando em seguida que a causa ambiental “é uma bandeira que deveria estar acima das divergências políticas porque afeta todo mundo”.
Um dos integrantes do coletivo Alvorada, Pedro Martins disse que o desmatamento e as queimadas ocorrem há muitos anos, “mas nunca com um presidente incentivando e jogando a culpa nas ongs”. Ele defendeu que as organizações acionem o presidente pela fala em que ele disse que as queimadas poderiam estar sendo feitas por “ongueiros” para prejudicar seu governo.